Além de prejuízo, Magazine Luiza (MGLU3) ainda enfrenta imbróglio com KaBuM!; entenda
*Este texto passou por alterações para incluir as informações enviadas pelo Magazine Luiza e corrigir dados imprecisos
O Magazine Luiza (MGLU3) anda em uma maré de azar: entre abril e junho deste ano, a varejista anunciou o prejuízo de R$ 198 milhões, marcando o sexto trimestre consecutivo que a empresa registra queda no lucro. Além disso, a companhia ainda tem um enrosco para resolver com a plataforma de e-commerce KaBuM!.
Segundo informações da coluna Painel S.A., da Folha de S. Paulo, os sócios da KaBuM!, Leandro e Thiago Ramo, querem a anulação do acordo com o Magalu. A justificativa dada pelo jornal é de que a varejista não teria honrado com o acordo de R$ 1 bilhão, mais 125 milhões de ações (equivalente a R$ 2,5 bilhões, na cotação da época) – no entanto, o real motivo é que Leandro e Thiago alegam que o Magalu foi favorecido no processo da compra (mais informações abaixo).
Procurado pelo Money Times, o Magazine Luiza (e empresa-mãe do KaBuM!) contestou os dados divulgados pela Folha e informou que realizou todos os pagamentos. Em fato relevante publicado no ano passado, a empresa destaca que além da parcela à vista de R$ 1 bilhão, também foram pagos 75 milhões de ações ordinárias.
Vale lembrar que também está previsto em contrato o pagamento de até 50 milhões de ações, em janeiro de 2024, conforme o cumprimento de metas estabelecidas pelas companhias.
Confira o documento na íntegra
Entenda o imbróglio entre KaBuM! e Magazine Luiza
No final do mês passado, os fundadores do KaBuM!, Leandro e Thiago Ramos, pediram à Câmara de Comércio Brasil-Canadá a abertura de um processo de arbitragem contra o Magazine Luiza.
Mais cedo neste ano, Leandro e Thiago solicitaram à Justiça a produção antecipada de provas contra o Itaú BBA, responsável pelo processo de venda do e-commerce. Eles acusam o banco e o executivo da área de fusões e aquisições que os assessorava, Ubiratan Machado, de terem favorecido o Magalu no processo.
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No pedido à Câmara, a dupla apresentou opções que vão desde a anulação do acordo que firmou a venda do site até a indenização por parte do Magazine Luiza. A expectativa da dupla é conseguir garantir os valores inicialmente negociados, que giravam em torno de R$ 3,5 bilhões.
Questionado sobre o caso na época, o Itaú BBA afirmou que todas as acusações são inverídicas. “O Itaú BBA esclarece que a venda da empresa à varejista foi concluída após um processo competitivo, diligente e transparente, conduzido por um time de executivos ao longo de mais de 18 meses, e para o qual foram convidados mais de 20 potenciais compradores, nacionais e estrangeiros”, disse em nota.
A princípio, o descontentamento do Kabum! teria começado diante da queda expressiva no valor das ações do Magalu na Bolsa de Valores, devido a uma série de fatores macroeconômicos e problemas ligados ao setor de varejo.