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Magazine Luiza (MGLU3) sofre com ventos contrários no 2T22, mas ação sobe 18%; é hora de comprar?

12 ago 2022, 17:00 - atualizado em 12 ago 2022, 17:06
Magazine Luiza
Magazine Luíza continua sofrendo com os ventos contrários, dizem analistas (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) dispararam 18,42%, a R$ 3,60, no pregão desta sexta-feira (12), após a divulgação do seu terceiro prejuízo seguido, segundo dados preliminares.

Na noite de quinta-feira (11), a varejista reportou prejuízo de R$ 135 milhões no segundo trimestre de 2022, revertendo o lucro de R$ 95,5 milhões registrado no mesmo período do ano passado.

Para os analistas do mercado, o resultado mostra que o Magalu continua sofrendo com os ventos contrários, com a fraca demanda abalando o volume bruto de mercadorias (GMV), e as altas taxas de juros impactando negativamente tanto o GMV quanto o lucro (custos de financiamento).

Já o destaque positivo da companhia foi a geração de R$ 1,3 bilhão de caixa operacional, reflexo de uma melhora em seu capital de giro e de retorno a margens mais saudáveis.

Após o balanço, Genial, Eleven, e BTG reiteram a compra de MGLU3, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 8, R$ 6 e R$ 7. Já Ágora e Bradesco BBI mantêm recomendação neutra para os papéis, com alvo em R$ 5.

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Balanço misto

Em relação à receita líquida, o Magazine Luiza reportou uma receita líquida de R$ 8,5 bilhões no trimestre, queda de 5% na comparação anual.

O GMV líquido do varejista foi de R$ 13,9 bilhões entre abril e junho, alta de 1,3%. O Magalu registrou vendas de produtos próprios (1P) “levemente pior que o esperado”, reflexo um cenário desafiador para o mix da linha, que é dominado por produtos de linha branca e eletroeletrônicos, destacam os analistas da Genial.

Na visão da corretora, se fosse possível expurgar o efeito de KaBuM! dessa linha, provavelmente, a queda seria ainda maior.

Em relação às vendas totais de marketplace (3P), a companhia registrou um GMV de R$ 3,6 bilhões, avanço de 22%, cerca de 26% do GMV total do período. A aceleração teve um impacto positivo de categorias como moda e beleza, as quais cresceram 88% e 75%, respectivamente.

No entanto, enquanto o on-line dispara, o desempenho de lojas físicas deixa a desejar. Diferente do resultado da Via Varejo (VIIA3) e Americanas (AMER3), o Magazine Luiza apresentou um indicador de vendas de mesmas lojas (SSS) negativo, a -8,2%.

Ventos contrários para Magazine Luíza

Em relação ao lucro, o varejista registrou um lucro bruto de R$ 2,4 bilhões, alta de 6,3%. “O número é reflexo do crescimento de receitas de ‘prestação de serviços’, em grande parte beneficiado pela sua melhor estrutura de monetização de marketplace”, avalia a Genial.

“Apesar da melhora, enxergamos que existe um gap a ser preenchido, uma vez que seus principais pares estão com margem bruta acima do patamar de 31%”, explicam.

A diluição de despesas veio pior do que o esperado (22,8% da receita líquida vs. 21,8% esperado), com uma dinâmica negativa tanto para despesas com vendas, quanto para despesas gerais e administrativas. “O ganho na margem bruta (28,6%) mais do que neutralizou as maiores despesas no período”.

Um dos catalisadores do prejuízo líquido de R$ 135 milhões da companhia foi a elevação da taxa básica de juros, com maiores despesas de dívidas e de antecipação de recebíveis pesando em seu “bottom line”.

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Disclaimer

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