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Magazine Luiza (MGLU3): Selic menor é a resposta para fazer ações saltarem?

01 ago 2023, 16:17 - atualizado em 01 ago 2023, 16:17
Magazine Luiza marca seu segundo pregão da semana no azul (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O mercado está na expectativa pelo início do afrouxamento monetário no Brasil. As apostas são de que haverá uma queda da Selic na reunião desta semana, com agentes financeiros divididos quanto ao tamanho do corte, de 0,25 ou 0,50 ponto percentual.

O Ibovespa tem aproveitado a onda de otimismo local com a perspectiva de flexibilização dos juros brasileiros, e Magazine Luiza (MGLU3), uma das ações beneficiadas por uma taxa menor, marca seu segundo pregão da semana no azul.

Por volta das 16h10 desta terça-feira (1º), a varejista de e-commerce subia 2,99%, após disparar mais de 5% no último fechamento. Em 2023, os papéis da companhia acumulam uma valorização em torno de 22% – recuperação substancial em relação ao tombo em 2022.

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Selic é a resposta para as ações?

Ao longo dos últimos meses, investidores têm movimentado suas carteiras para antecipar o início do ciclo de queda dos juros brasileiros.

Ativos cíclicos locais voltaram ao radar do mercado, com varejo e construção civil, especialmente, ganhando mais posição nos portfólios.

Apesar disso, analistas alertam que, no caso de Magazine Luiza, um cenário macroeconômico ainda desafiador não pode ser ignorado.

Em relatório de revisão de tese, o Santander, com recomendação “neutro” e preço-alvo de R$ 4,80, diz que o cenário para o varejo continua ruim, com ventos contrários vindo por parte dos impostos sobre as vendas e uma recuperação mais lenta que o esperado para as principais categorias da companhia nas lojas.

Na avaliação do banco, tais fatores devem reduzir “qualquer recuperação significativa da lucratividade em 2023”.

Além disso, o Santander acredita que o mercado já precificou uma melhora da dinâmica competitiva e um Ke (custo de capital próprio de uma empresa) mais baixo provocado pela expectativa de ciclo de flexibilização dos juros brasileiros.

Segundo a instituição, a próxima etapa de alta pode ser desencadeada por “uma recuperação operacional que ainda não se materializou”.

Recuperação operacional ainda é um desafio para o Magalu (Imagem: Money Times/Renan Dantas)

O BTG Pactual também avalia que não houve grandes mudanças nos fundamentos das companhias. Os analistas até enxergam ventos favoráveis para o setor, com a melhora macroeconômica ajudando a aliviar a percepção de risco sobre o setor e traçar um panorama melhor para o consumo. Porém, eles ainda enxergam “muito mais ruído” para as ações do varejo de e-commerce.

Apesar disso, o banco tem recomendação de compra para MGLU3. O preço-alvo foi recentemente atualizado para R$ 6, de R$ 7 antes.

Lucas Bohn, sócio e head de distribuição da Acqua Vero, destaca que, desde a explosão do caso Americanas (AMER3), o mercado tem olhado com receio para as empresas de varejo em geral. Por isso, a divulgação dos próximos resultados de empresas como Magazine Luiza e Via (VIIA3), que atuam no mesmo segmento que a Americanas, servirá para entender a dinâmica que deve se instaurar para as ações.

“Quando a gente olha para os resultados dos trimestres anteriores, existe certo conforto […] nos balanços dessas empresas. Nada que seja muito preocupante no curto prazo. Mas a gente precisa acompanhar os resultados ao longo dos próximos trimestres”, diz.

Bohn ressalta que o investidor precisa estar ciente dos riscos que teses como a do Magazine Luiza trazem, considerando que

Na mesma linha que o Santander, Bohn afirma que o mercado já precifica o corte de juros.