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Magazine Luiza (MGLU3) salta 60% em janeiro e lidera Ibovespa; hora de comprar?

31 jan 2023, 19:05 - atualizado em 31 jan 2023, 19:05
magalu magazine luiza
O mercado entendeu que o Magazine Luiza será a mais beneficiada com a derrocada da companhia em recuperação judicial (Imagem: Reprodução/Youtube)

O Magazine Luiza (MGLU3) brilhou em janeiro, com alta de 60%, subindo o dobro da segunda colocada, a CSN Mineração (CMIN3).

A ação virou uma gangorra em relação à Americanas (AMER3): enquanto o papel da varejista do virou pó, saindo do patamar de R$ 10 para os atuais R$ 1,75, o Magazine subiu.

O mercado entendeu que a empresa de Luiza Trajano será a mais beneficiada com a derrocada da companhia em recuperação judicial.

Veja as maiores altas do mês

Empresa Ticker Valorização (%)
Magazine Luiza MGLU3 61,68
CSN Mineração CMIN3 30,88
CSN  CSNA3 27,49
Natura NTCO3 25,32
Pão de Açúcar PCAR3 25

Veja as maiores quedas do mês

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Empresa Ticker Queda
Raízen RAIZ4 12,03
Marfrig MRFG3 11,49
Alpargatas ALPA4 9,75
JBS JBSS3 8,69
Locaweb LWSA3 8,55

Seria esse o momento de comprar Magazine Luiza?

Mesmo com o salto, analistas não se sentem confortáveis em recomendar as ações do Magazine Luiza. Gustavo Cruz, da RB Investimentos, diz que a empresa ainda passa pelas mesmas dificuldades de antes.

“O resultado operacional pode até ser melhor, mas vai ser comprometido pela parte financeira. Ela se endividou quando a taxa de juros era menos de 2%, mas agora esse encargo da dívida está bem pesado para a empresa. Não será um dos destaques do ano”, prevê.

Leandro Petrokas, da Quantzed, afirma que depois de uma alta tão forte em tão curto espaço de tempo, “acredito que não seja um bom momento para se comprar”.

“Ainda seria cedo para apontar o Magazine Luiza como real beneficiário do caso Americanas. Talvez a gente esteja em movimento um tanto quanto exagerado. Eu aguardaria algum tempo para o desdobramento do caso Americanas”, observa.

Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, cita os riscos do varejo. “Quantas vezes, sem nenhum fundamento, essa ação subiu? Não vale o risco”, avalia.

Por fim, os analistas da Terra dizem que como a perspectiva ainda é incerta, é arriscado investir no setor de varejo.

“Os juros devem seguir pressionando as empresas e a inflação pode gerar um efeito negativo sobre as vendas. Portanto, os setores mais defensivos ou com exposição menor aos juros e inflação devem seguir como os preferidos no mercado”, completa.

Mais cedo, a XP Investimentos revisou as teses das varejistas, entre elas o Magazine Luiza, e elevou o preço-alvo da empresa de Luiza Trajano de R$ 4,5 para R$ 5, potencial de alta de 13% ante o último fechamento. Apesar disso, a classificação se mantém em neutra.

Para a XP os ganhos de participação de mercado na reestruturação da AMER estão precificados, após alta de 60% das ações no acumulado do ano.

Por que a CSN Mineração subiu?

Já a CSN Mineração subiu na esteira da reabertura da China. O BofA, por exemplo, elevou as ações de CSNA3  e sua controlada CMIN3 para “compra” com a mudança na dinâmica de preços do minério de ferro.

Outra casa que está otimista, o Bradesco BBI avalia ainda que o braço de mineração da CSN terá um ambiente operacional mais forte após os desafios do último ano. Na avaliação do time de análise, a companhia surfará na recuperação de volumes e se beneficiará de custos de frete e energia menores.

“Achamos que a CSN Mineração também aproveitará o bom momento de curto prazo, apoiado por um ambiente mais forte para preços do minério de ferro”, avaliam Thiago Lofiego e equipe.

Além disso, a companhia se destaca para os analistas como uma pagadora de dividendos robustos, com a política de remuneração intacta (80-100% de payout).

“Sob nossa estimativa de R$ 7,5 bilhões para o Ebitda em 2023 (40% acima do consenso), a CSN Mineração é negociada a 3,5 vezes EV/Ebitda (valor da empresa sobre Ebitda), com um yield de fluxo de caixa livre de 11% e 14% de dividend yield“, comenta o BBI.