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Magazine Luiza (MGLU3) salta 18% em dois dias e derruba ‘vendidos’; cilada ou oportunidade?

20 dez 2022, 20:28 - atualizado em 20 dez 2022, 21:19

Magazine Luiza

O papel do Magazine Luiza (MGLU3), assim como de outras varejistas, virou foguete nas últimas sessões e disparou quase 18%.

A ação vinha sofrendo com a elevação da curva dos juros, puxado por notícias negativas relacionadas à PEC da Transição e às nomeações para a equipe econômica de Lula.

No ano, o Magalu acumula queda de 58%.

Victor Paganini, analista de investimentos da Quantzed, diz que parte do movimento foi puxado pelos ‘vendidos’, ou investidores que apostam na queda das ações.

“A Bolsa já vinha muito sobrevendida. Então, tinha muitos investidores que estavam vendidos no Ibovespa e em setores cíclicos mais ligados à juros”, observa.

Dessa forma, o simples alívio na curva de juros fez com que os fluxos mais compradores entrassem, “pressionando os preços para cima”.

“O fluxo comprador entrou nesse setor e pressionou os vendidos, movimento que chamamos de short squeeze“, argumenta.

É hora de comprar Magazine Luiza?

Para Paganini, no entanto, a alta não passa de especulação e efeito de curto prazo.

“O cenário macroeconômico em nada mudou, temos um ambiente macro político ainda díficil, com pouca liquidez neste fim de ano, e com cenário fiscal totalmente incerto. Ainda não é o momento de investir”, diz.

Na semana passada, o Itaú BBA retomou a cobertura das ações do Magazine Luiza com pessimismo.

Segundo o BBA, incertezas macroeconômicas tornam o cenário de demanda ainda desafiador para o varejista. De acordo com a casa, os contínuos ventos contrários do lado macro criaram um ambiente difícil para bens duráveis. O BBA estima que este movimento perdurará em 2023.

Do lado positivo, a casa enxerga o Magalu bem posicionado para aumentar a participação em dois segmentos enquanto ganha rentabilidade. São eles: lojas físicas e 1P (venda para marketplace) das categorias de bens duráveis.

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.