Magazine Luiza (MGLU3): Queda na Selic não será suficiente para salvar ação, diz Santander; veja o que falta
Diante da disparada de 18% do Magazine Luiza (MGLU3) no ano, o Santander elevou o preço-alvo da varejista de R$ 2,8 para R$ 4,8 (potencial de alta de 34% ante o último fechamento), mas manteve a recomendação neutra para o papel.
De acordo com os analistas Rúben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo, o mercado já precificou a melhora da dinâmica competitiva e um Ke (custo de capital próprio de uma empresa) mais baixo provocado pelo próximo ciclo de flexibilização da Selic — a expectativa é que os cortes na taxa de juros se iniciem em agosto ou setembro.
“A próxima etapa de alta pode ser desencadeada por uma recuperação operacional que ainda não se materializou e, portanto, preferimos esperar por um ponto de entrada melhor para equilibrar o risco de decepção nos lucros”, argumentam.
Cadê o consumo?
Os analistas do Santander colocam que mesmo com o possível corte dos juros, há falta de uma melhora relevante no ambiente de consumo. O banco projeta um lucro abaixo de R$ 275 milhões em 2024 para a companhia.
“Embora estejamos aumentando nossa receita bruta de 2023 em aproximadamente 3%, os ventos contrários nos impostos sobre vendas e a recuperação mais lenta do que o esperado nas principais categorias do Magalu em lojas, provavelmente, reduzirão qualquer recuperação significativa da lucratividade em 2023″, observam.
Já para 2024 e 2025, o Santander projeta uma margem Ebitda, que mede o resultado operacional, com crescimento acentuado, devido a um ambiente de consumo melhor. Isso, segundo o banco, deve favorecer a recuperação de bens duráveis nos próximos dois anos, juntamente com o rápido crescimento do marketplace do Magalu.
Em junho, o Magazine Luiza despencou 10%: a ação tem salvação, ou é hora de fugir da varejista? Confira a resposta de João Piccioni, analista-chefe da Empiricus Research assistindo ao vídeo abaixo.
Magazine Luiza vs Selic
Em sua cruzada contra os juros, a empresária Luiza Trajano, do Magazine, está angariando apoio para um abaixo-assinado pedindo a redução da taxa básica de juros (Selic), que é definida pelo Banco Central (BC). A informação foi revelada por Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Não é a primeira vez que Trajano articula uma ação pela redução do juro no país. Recentemente, a empresária cobrou o presidente do BC, Roberto Campos Neto, por uma diminuição na Selic durante um evento do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Na ocasião, Trajano afirmou que ligou para Campos Netos “mais de vinte vezes” para discutir a questão do elevado nível da taxa básica de juros no Brasil, em 13,75% ao ano desde agosto de 2022.
“Nem sempre esse remédio amargo também resolve a inflação. Não é a primeira vez, nós já tivemos muito remédio amargo. Se estou defendendo, é por causa da pequena e média empresa. Queria te pedir: por favor, dá um sinal de baixar esses juros”, disse a empresária para Campos Neto.