Magazine Luiza (MGLU3): Por que BTG vê ação subindo quase 100%?
Apesar de ter cortado o preço-alvo do Magazine Luiza (MGLU3), de R$ 7 para R$ 6, o BTG Pactual ainda vê oportunidade no papel. O novo preço embute potencial de alta de 98% ante o último fechamento. A recomendação é de compra.
Segundo o banco, o Magalu pode se beneficiar da migração do volume de vendas (GMV) da Americanas (AMER3), de uma abordagem mais racional para lucrar com taxas no seu marketplace, bem como da queda da taxa de juros, que segundo expectativas do mercado pode ocorrer na próxima reunião, em agosto.
Porém, o cenário de curto prazo continua complicado, segundo o banco, o que motivou o corte de preço-alvo. “Ainda vemos obstáculos operacionais após resultados do primeiro trimestre mais fracos do que o esperado”, discorre.
Nos três primeiros meses do ano o Magazine Luiza reportou o seu pior prejuízo da história, a R$ 391,2 milhões.
“A lucratividade e o FCF (fluxo de caixa de livre, em português) ditarão o desempenho das ações nos próximos trimestres”, discorrem os analistas.
Em junho, o Magazine Luiza despencou 10%: a ação tem salvação, ou é hora de fugir da varejista? Confira a resposta de João Piccioni, analista-chefe da Empiricus Research assistindo ao vídeo abaixo.
Apesar da perspectiva de corte de juros impulsionar ações do Magazine Luiza e Via (VIIA3), duas das principais empresas de varejo e e-commerce da bolsa, o atual cenário aponta para números ainda negativos no segundo trimestre, destaca Rafael Passos, da Ajax Asset.
Dados do IGet (feitos a partir da maquininha de pagamentos do Santander, a GetNet) de junho mostraram a terceira contração seguida na atividade do varejo. Após retomada no primeiro trimestre, o IGet ampliado caiu na margem ao longo de todo o segundo trimestre.
“Os dados sugerem uma temporada de resultados mais fracas para as varejistas (em termos de vendas), onde o índice iGet mostrou a tendência de desaceleração das categorias do varejo, após recuperação do setor no 1T23, em linha com o ambiente macro (juros e crédito) mais desafiador”, coloca o analista.
Para ele, as cifras reforçam um ambiente econômico difícil aos players de comércio eletrônico e varejistas focados em eletroeletrônicos (VIIA3 e MGLU3) e moda de baixa renda (C&A, GUAR3, AMAR3 e LREN3).
Em relatório de mudança de preço-alvo para o Magazine Luiza, analistas do Santander colocam que mesmo com o possível corte dos juros, há falta de uma melhora relevante no ambiente de consumo. O banco projeta um lucro abaixo de R$ 275 milhões em 2024 para a companhia.
“Embora estejamos aumentando nossa receita bruta de 2023 em aproximadamente 3%, os ventos contrários nos impostos sobre vendas e a recuperação mais lenta do que o esperado nas principais categorias do Magalu em lojas, provavelmente, reduzirão qualquer recuperação significativa da lucratividade em 2023″, observam.