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Magazine Luiza (MGLU3) pode ter ponto de inflexão no 1T24, vê Safra

18 abr 2024, 13:29 - atualizado em 18 abr 2024, 13:30
Magazine Luiza
A empresa, que já voltou ao lucro no quarto trimestre, deverá apresentar crescimento do Ebitda (Imagem: Renan Dantas/Money Times)

O Safra vê um ponto de inflexão para o Magazine Luiza (MGLU3) nos resultados do primeiro trimestre, destaca relatório enviado a clientes da última terça-feira (17) e assinado pelos analistas Vitor Pini e Tales Granello.

A empresa, que já voltou ao lucro no quarto trimestre, deverá apresentar crescimento do Ebitda (18% em relação ao ano anterior), impulsionado por uma margem bruta mais alta, e um prejuízo líquido muito menor (-R$ 2 milhões vs. -R$ 258 milhões no primeiro trimestre de 2023), que foi positivamente impactado por menores despesas financeiras relacionadas ao pagamento antecipado de recebíveis.

Por outro lado, o desempenho de receita de R$ 9 bilhões será mais fraco, uma vez que o desempenho negativo do 1P (vendas próprias) devido ao repasse completo do DIFAL (vs. 30% no 1T23) foi compensado pelo:

  1. varejo físico (+4% em relação ao 1T23) e
  2. 3P (+12% em relação ao 1T23) devido à expansão do GMV (volume bruto de mercadorias) e ao crescimento do take-rate.

“Vale ressaltar que o mercado continua difícil para eletrônicos e eletrodomésticos, o que também contribuiu para o pior desempenho do 1P”, afirma.

Por fim, os analistas dizem que esse resultado positivo do 3P suporta a expansão esperada da margem bruta (+201bps em relação ao ano anterior), que deve mais do que compensar as maiores despesas gerais, administrativas e com vendas, levando a uma melhora de 107 bps (pontos-base) na margem Ebitda em relação ao ano anterior, para 6,9%.

O Magazine Luiza deverá divulgar seus resultados do primeiro trimestre de 2024 no dia 10 de maio.

Por que Magalu despenca na bolsa?

Na bolsa, porém, a situação não é tão boa para o Magalu. A ação despenca 20% no ano e atinge menor patamar desde novembro do ano passado.

A queda ocorre a despeito das leituras positivas da taxa terminal da Selic, hoje em 9%.

Para Daniel Abrahão, sócio na iHUB Investimentos, o tombo está relacionada a conjuntura dos juros futuros no Brasil, especialmente na parte longa da curva, que está sendo pressionada e precificada por uma valorização de 3% nos Treasuries Americanos, ou seja, juros americanos.

“Tal movimento é agravado pelo aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, o que tem contribuído para a trajetória ascendente de aversão ao risco”, argumenta.