Magazine Luiza (MGLU3) perde R$ 6 bi, duas Via (VIIA3), na Bolsa; oportunidade ou cilada?
O Magazine Luiza (MGLU3) teve dia para esquecer após divulgar prejuízo de R$ 390 milhões, mais que o dobro do ano passado e o pior número desde que realizou o seu IPO (oferta pública de ações) em 2011.
Ao todo, a empresa perdeu R$ 6,6 bilhões em valor de mercado com o tombo de 22,83% na ação, segundo dados do TradeMap. O valor equivale a duas Via (VIIA3), que hoje vale R$ 3,4 bilhões.
Segundo a companhia, o valor foi afetado por maiores despesas financeiras e taxa de juros mais elevada.
A companhia disse que vai repassar mais no segundo trimestre o impacto da volta do imposto Diferencial de Alíquota do ICMS (Difal) do que no primeiro trimestre e que espera repassar “praticamente tudo” ao longo do ano.
Hora de comprar ou vender Magazine Luiza?
Para analistas, o cenário econômico continua sendo a grande pedra no sapato da varejista.
Segundo Fernando Ferrer, da Empircus, o crescimento do segmento online e das lojas físicas vão continuar pressionados, devido à alta exposição em categoriais cíclicas, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Além disso, os juros elevados ainda afetarão os resultados da Magazine Luiza, principalmente do LuizaCred. O analista afirma que o segmento deve observar aumento na inadimplência e nas provisões de crédito.
Do lado positivo, a companhia deve aproveitar a migração dos clientes da Americanas (AMER3), como já fez nos três primeiros meses deste ano, segundo o analista. Entretanto, os pontos negativos devem sobrepor o ganho de market share, diz Ferrer.
Em relatório, a Genial Investimentos destacou o menor crescimento de receita e maior pressão na margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na comparação anual.
Apesar disso, Iago Souza e equipe de analistas da corretora não alteraram a recomendação de “manter” os ativos do Magazine Luiza, com um preço-alvo de R$ 5.
Para Pedro Serra, analista da Ativa Investimentos, embora a varejista tenha apresentado crescimento em receitas, lucro bruto e Ebitda, havia “uma expectativa maior quanto a esse avanço”.
A corretora também manteve uma recomendação “neutra” para as ações, “entendendo a dificuldade que o setor enfrenta e seguirá enfrentando enquanto a conjuntura macro não melhorar”.
Com informações da Reuters, Iasmim Paiva e Giovana Leal