Magazine Luiza (MGLU3): OXXO e sua expansão frenética podem ser pedra no sapato para ação?
O Magazine Luiza (MGLU3) deve ficar de olhos abertos para a OXXO, concorrente que vem colocando em prática plano de expansão acelerado no país, aponta o Goldman Sachs, que rebaixou a recomendação do Magalu de compra para neutra.
Apesar de apontar que ainda há espaço para o Magalu defender uma posição entre os top 5 no mercado de e-commerce brasileiro, o Sachs chama atenção para o crescimento da OXXO, que vem ganhando escala rapidamente, com cerca de 200 lojas apenas em São Paulo e com migração para o online mais acelerada do que o inicialmente previsto, especialmente em eletrônicos (cerca de 25% do mix), mas também em certa medida em roupas básicas e brinquedos.
O Sachs destaca que o Magalu tenta um novo equilíbrio entre crescimento e lucratividade em 2022, mas a flexibilidade limitada de alocação de capital e as transformações contínuas dos negócios para integrar aquisições anteriores limitará o espaço para revisões para cima nas estimativas ou expansão múltipla em 2023.
Magalu: de compra para neutro
O Goldman Sachs rebaixou a recomendação do Magalu de compra para neutro e aponta que, desde novembro de 2019, o MGLU acumula perdas de 70% contra alta de 2% do IBOV.
A expectativa é de que a companhia se separasse de seus pares menores e menos capitalizados para compensar um macro mais fraco com ganhos de participação no que continua sendo um mercado de varejo de bens duráveis relativamente fragmentado no Brasil.
O Goldman aponta ainda que, com uma rápida mudança no ambiente de interesse e financiamento externo, a administração da MGLU mudou seu foco do crescimento para a lucratividade.
“No entanto, não avaliamos totalmente o quanto isso pesaria na capacidade da empresa de crescer e ganhar ou mesmo defender participação de mercado. Estimamos que o Magalu perdeu cerca de 75 pontos-base do mercado de comércio eletrônico do Brasil em 2022E (ou cerca de 230 pontos-base excluindo o efeito positivo da consolidação da Kabum).” explica o Sachs.
Com isso, a nova meta de preço de 12 milhões de R$ 3,8 implica em um aumento de 11% no último fechamento. A ação é negociada a 14X EV/Ebtida em 2023E, alinhado com a média de negociação da empresa em 2016-19 e 2022.
O Sachs explica que excluiu os anos de 2020-21 do período de comparação, devido à demanda por e-commerce impulsionada pela pandemia, aliada a baixas taxas de juros (Selic média em 3,6%) ter impulsionado uma expansão múltipla inconsistente com o crescimento e taxas atuais.