Magazine Luiza (MGLU3), Natura (NTCO3), Renner (LREN3): O que esperar do 3T23 de 20 varejistas, segundo BBA
Ainda em outubro, o mercado entrará em uma nova temporada de resultados corporativos. Analistas já começaram a dividir suas premissas em relação aos números do terceiro trimestre. Só o Itaú BBA preparou um relatório especial do varejo com expectativas para 20 empresas.
Em linhas gerais, a instituição espera mais um trimestre fraco para varejistas do segmento alimentício, com Grupo Mateus (GMAT3) se sobressaindo positivamente mais uma vez em termos de produtividade, enquanto Carrefour Brasil (CRFB3) deve mostrar os números mais fraco do período.
Entre empresas com exposição ao público de alta renda, o Grupo Soma (SOMA3) deve mostrar pressão a margem Ebitda. Já Arezzo (ARZZ3) será o ponto alto da categoria.
Do lado do e-commerce, Mercado Livre continuará entregando desempenho superior aos pares e Magazine Luiza (MGLU3) mostrará números mais fracos, com declínio da margem Ebitda, apesar de uma base de comparação mais fácil.
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Veja mais o que esperar de 20 varejistas (e suas recomendações), segundo o BBA, a seguir:
Arezzo (outperform – preço justo para 2024 de R$ 100)
Trimestre positivo, com boas tendências de lucro. Receita deve crescer 12% no comparativo anual, com Anacapri e Arezzo com as melhores performances. Margem bruta ficará estável em 52,8%, enquanto a margem Ebitda deve crescer a 16,5%. O lucro líquido deve atingir R$ 105 milhões, impactado por um resultado financeiro mais pesado.
Assaí (outperform – preço justo para 2024 de R$ 17)
Resultados fracos devido à dinâmica de deflação nos alimentos, com declínio em SSS (Vendas Mesmas Lojas) potencial de 2%. Por outro lado, as receitas devem subir 22% ano a ano. A margem Ebitda cairá 7,1% devido a desalavancagem operacional e despesas relacionadas à abertura de lojas. O lucro líquido deve tombar 43%, a R$ 162 milhões.
Carrefour Brasil (market perform – preço justo para 2024 de R$ 10,30)
Outro trimestre desafiador devido ao momentum operacional ainda fraco do Big, ventos contrários do cenário macroeconômico e base de comparação difícil. A margem Ebitda consolidada deve recuar a 5,2%, enquanto o lucro líquido provavelmente sentirá impacto de despesas líquidas financeiras mais altas, chegando a R$ 6 milhões (-98% ano a ano).
Grupo Mateus (outperform – preço justo para 2024 de R$ 10)
Trimestre relativamente positivo com tendências de receitas consistentes. A margem Ebitda deve sofrer pressão, visto que os ganhos de eficiência e a maturação de novas rotas logísticas não devem cobrir totalmente o crescimento das despesas. O lucro deve vir estável na base anual, a R$ 290 milhões.
Espaçolaser (market perform – preço justo para 2024 de R$ 1,60)
Linha de receitas deve vir fraca, com desaceleração sequencial. Devido à alta proporção de custos fixos, a margem bruta deve recuar no comparativo anual, a 39%. Porém, iniciativas de otimização dentro da estrutura da companhia vão compensar isso, levando a margem Ebitda a 20,1%. O prejuízo líquido deve totalizar R$ 4 milhões no trimestre.
Grupo SBF (outperform – preço justo para 2024 de R$ 22)
Resultados sequencialmente melhores, mas ainda fracos. Vendas da Centauro não devem animar, com crescimento de 3% ano a ano. Já a Fisia mostrará avanço de 23% devido a bases de comparação mais fracas. Despesas devem melhorar em meio a esforços de racionalização, levando a margem Ebitda a 11,4%.
Grupo Soma (outperform – preço justo para 2024 de R$ 12)
Vendas devem crescer 4% no comparativo anual, com operações de Soma avançando 5% e Hering 1%. A margem bruta consolidada terá contração e atingirá 57,7%, enquanto a margem Ebitda recuará para 14%. O lucro líquido tombará 33%, para R$ 69 milhões.
Guararapes (market perform – preço justo para 2023 de R$ 8)
Números esperados fracos, com atividade promocional provavelmente enxugando a margem bruta do varejo para 49%. Do braço financeiro, o cenário de crédito permanece desafiador e maiores provisões devem pressionar a rentabilidade. Haverá prejuízo líquido de R$ 33 milhões.
Lojas Quero-Quero (outperform – preço justo para 2024 de R$ 6)
Terceiro trimestre semelhante ao segundo trimestre, com queda no SSS devido a uma demanda persistentemente fraca e pressões deflacionárias em certas categorias. A margem Ebitda deve subir para 3,3%, enquanto o prejuízo líquido somará R$ 8 milhões.
Lojas Renner (outperform – preço justo para 2024 de R$ 27)
Mais um trimestre desafiador, com a divisão de varejo registrando crescimento de apenas 1% no SSS. Enquanto isso, a Realize deve seguir mostrando tendências fracas, sem melhora significativa em NPLs (taxas de créditos inadimplentes) e com Ebitda negativo. O lucro líquido esperado é de R$ 142 milhões, queda anual de 33%.
Magazine Luiza (outperform – preço justo para 2024 de R$ 3)
Mais um trimestre negativo, com expectativa de crescimento do GMV (volume bruto de mercadorias) online de 2,5% ano a ano, a R$ 10,5 bilhões. A desalavancagem operacional deve mitigar parcialmente o ganho de margem bruta, levando a margem Ebitda a 5,8%. O prejuízo líquido totalizará R$ 176 milhões.
Mercado Livre (outperform – preço justo para 2024 de US$ 1.628)
Companhia deve apresentar uma nova leva de resultados fortes, tanto na divisão de Commerce quanto na de Fintech. O GMV apresentará aumento de 25%, enquanto os ganhos na margem Ebit devem desacelerar, considerando o foco em investir para crescer. As projeções para o lucro líquido são de US$ 312 milhões.
Natura (outperform – preço justo para 2024 de R$ 21)
Natura LatAm verá a receita cair 6% em base anual, além de uma margem Ebitda ajustada estável devido a certa desalavancagem operacional. A The Body Shop também apresentará queda na receita, mas em ritmo menor do que no segundo trimestre. Para a Avon International, a receita deve permanecer estável e as margens bruta e Ebitda ajustada vão subir. O prejuízo líquido esperado é de R$ 613 milhões.
Pague Menos (outperform – preço justo para 2024 de R$ 5)
Números devem vir decentes, com Pague Menos sozinha reportando crescimento de 12% ano a ano na receita. No caso da Extrafarma, espera-se um trimestre positivo. O Ebitda consolidado totalizará R$ 129 milhões, com expansão de margem Ebitda para 4,4%. O lucro líquido deve vir zerado.
Panvel (outperform – preço justo para 2024 de R$ 17)
Trimestre com tendências resilientes para a linha das receitas, com crescimento de receita bruta de 12% no comparativo anual, apoiado pela abertura de 12 lojas. As despesas com vendas como percentual na receita bruta provavelmente serão diluídas, levando a uma expansão na margem Ebitda. O lucro líquido deve subir 4%, a R$ 24 milhões.
Raia Drogasil (market perform – preço justo para 2024 de R$ 31)
Receita bruta deve ter avanço de duplo dígito no trimestre em comparação com o mesmo período de 2022. A margem bruta deve sofrer ligeira pressão, o que será totalmente mitigado pela alavancagem operacional, levando a um crescimento na margem Ebitda, a 7,3%. A expectativa de lucro líquido é de R$ 300 milhões, salto de quase 50% ano a ano.
Smart Fit (outperform – preço justo para 2024 de R$ 28)
Companhia apresentará um forte crescimento anual de 42% na receita líquida, totalizando R$ 1,09 bilhão. Por outro lado, devido a despesas associadas com o novo plano de remuneração, a margem Ebitda deve contrair para 30%. O lucro líquido esperado é de R$ 102 milhões para o terceiro trimestre.
Track&Field (outperform – preço justo para 2024 de R$ 15)
Mais um trimestre forte, com crescimento de 15% para SSS e 19% para a receita. Haverá expansão de margem bruta e margem Ebitda, este a 21,9%. Espera-se que o lucro líquido chegue a R$ 28 milhões, alta de 12% na base anual.
Vivara (outperform – preço justo para 2024 de R$ 37)
Empresa dará seguimento à trajetória positiva no terceiro trimestre, com a receita subindo 17% ano a ano, impulsionada por um crescimento de 11% em SSS e abertura de lojas. A margem Ebitda deve subir e alcançar 18,4%, enquanto o lucro líquido totalizará R$ 75 milhões, avanço anual de 10%.
Vulcabras (outperform – preço justo para 2024 de R$ 25)
Trimestre decente, com tendências de rentabilidade positivas. Os números de receita devem mostrar resiliência, com um crescimento projetado de 9% ano a ano, apesar da base de comparação mais difícil. A margem Ebitda deve subir para 23,2% e o lucro líquido subirá R$ 129 milhões, representando um aumento de quase 30% ano a ano.