Magazine Luiza (MGLU3): Margens devem pesar negativamente nas ações, diz Ágora
Apesar do progresso estratégico feito pelo Magazine Luiza (MGLU3) até 2021, a Ágora Investimentos acredita que o mercado “provavelmente se preocupará com as margens” da companhia.
Segundo a corretora, a varejista se destacou no progresso estratégico com R$ 5 bilhões de GMV (volume bruto de mercadorias) na categoria Moda & Sportswear, equivalente a 10-15% do GMV e-commerce, enquanto as verticais de Beleza, Mercearia e Entrega de Alimentos também cresceram.
O presidente do Magalu, Frederico Trajano, ainda firmou nesta terça-feira (15) que a companhia deve apresentar uma melhora gradual de seus resultados nos próximos trimestres.
O executivo destacou os ajustes que incluem redução de volumes de estoques e a retirada de parte de benefícios a vendedores de seu marketplace diante do cenário inflacionário do país.
“Não estávamos esperando toda essa desaceleração econômica (do final de 2021) e estamos preparados agora. Este ano as margens vão melhorar gradualmente”, disse Trajano em conferência com analistas.
No entanto, para a Ágora, a questão não é necessariamente a pressão no curto prazo, mas sim, até que ponto as margens da Magazine Luiza se recuperarão nos próximos dois anos e onde devem se estabelecer no longo prazo.
“Esse debate vem ocorrendo há algum tempo, mas a incerteza aumenta quando os resultados mostram mais pressão de margem do que o esperado e achamos que isso deve pesar negativamente nas ações”, afirmam os analistas Richard Cathcart e Ricardo Faria França.
No pregão após a divulgação do balanço, por volta das 14h00, os papéis da varejista, MGLU3, despencavam 8,82%, coados a R$ 4,86.
Perspectivas para Magazine Luiza: É hora de comprar as ações?
Olhando para 2022, a dupla de analistas espera uma perda líquida “considerável” como resultado da taxa Selic mais alta e um nível mais alto de dívida bruta, o que poderia potencialmente arrastar perdas também para 2023.
A Ágora mantém sua recomendação neutra para MGLU3, e ainda rebaixa o preço-alvo para as ações, agora a R$ 9, em função de revisões para baixo nas estimativas (maiores encargos financeiros e capital de giro menos favorável).
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