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Magazine Luiza (MGLU3) lucra R$ 37,4 milhões e supera expectativas; ‘Não vamos depender dos juros para lucrar’, diz gerente de RI

08 ago 2024, 19:12 - atualizado em 08 ago 2024, 19:27
magazine luiza
Magazine Luiza entrega lucro líquido acima da estimativa do mercado o segundo trimestre de 2024 (Imagem: Divulgação/ Magazine Luiza)

O Magazine Luiza (MGLU3) superou as estimativas do mercado e entregou lucro líquido de R$ 37,4 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24). A cifra representa uma reversão do prejuízo de R$ 198,8 milhões no mesmo período de 2023.

Mas o destaque, conforme a própria varejista, foram as melhoras nas margens.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 62% na comparação anual, totalizando R$ 711 milhões, com margem de 7,9%, um aumento de 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 2T23.

Analistas do Santander, por exemplo, esperavam um lucro líquido de R$ 19 milhões e Ebitda de R$ 669 milhões no 2T24, já antecipando que a rentabilidade fosse o destaque.

Lucas Ozorio, gerente de relações com investidores (RI) do Magazine Luiza, afirmou em entrevista ao Money Times que o resultado é considerado um sucesso para a companhia, tendo em vista que o principal objetivo era a evolução das margens operacionais.

A evolução foi impulsionada pela melhora na margem de mercadorias, pelo avanço do braço financeiro LuizaCred e dívida de curto prazo zerada, o que levou a uma redução das despesas financeiras em 25% na base anual.

Ozorio destaca ainda que as vendas totais do Magalu atingiram R$ 15 bilhões no segundo trimestre de 2024, com crescimento de 4% em relação ao segundo trimestre de 2023.

“Crescemos venda ao mesmo passo que crescemos margem. Geralmente é um trade-off no varejo, ou você cresce venda, ou você cresce margem, então é muito difícil crescer os dois ao mesmo tempo”.

A tendência para os próximos trimestres é positiva, segundo Ozorio, com a companhia podendo superar os atuais patamares. “A companhia vem passando por transformações, se remodelando, melhorando suas margens e reduzindo despesas em todo o trabalho que estamos efetuando nos últimos tempos”.

No release de resultados, o Magazine Luiza afirma que segue confiante na atual estratégia e modelo de negócios.

“A decisão de focar na expansão das margens operacionais e no aumento da rentabilidade tem se mostrado muito assertiva, e nos fortalece ainda mais para continuar investindo nos projetos de longo prazo, que trarão, além do aumento da rentabilidade, mais crescimento de vendas”.

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Outros números do balanço

Nas lojas físicas, as vendas totalizaram R$ 5 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 14% em comparação com ao ano anterior. No critério mesmas lojas (SSS), o crescimento atingiu 16%

O gerente de RI do Magalu aponta que a companhia ganhou muita participação de mercado no ambiente físico, em meio a um cenário de situação mais debilitada de concorrentes como Americanas e Casas Bahia. O atual cenário permite à varejista melhor negociação com os fornecedores e melhores preços.

Ozorio destacou que a presença com lojas físicas é parte do DNA do Magazine Luiza e, apesar da abertura de novas lojas não estar no radar no momento, segue sendo um ponto crucial para a companhia, aliada com as vendas online.

Já o e-commerce atingiu R$ 11 bilhões em vendas no período, crescendo 1% em relação ao 2T23. No e-commerce com estoque próprio, o DIFAL totalmente repassado contribuiu para a expansão da margem bruta no trimestre.

As vendas do marketplace alcançaram R$ 4 bilhões, um crescimento de 4% comparado ao mesmo período do ano anterior, representando mais de 40% das vendas online.

A margem bruta atingiu 30,9%, crescendo de 2,1 p.p. comparada ao segundo trimestre de 2024, impulsionada pelo aumento de 3,0 p.p. na margem bruta de mercadorias do estoque próprio (1P) e pelo crescimento da receita de serviços.

As despesas financeiras foram 25% menores na comparação anual, mesmo com o maior volume de antecipação de cartões devido a pagamento das Notas Promissórias em abril.

Selic em 10,50% não vai impedir lucro

No primeiro trimestre de 2024, existia expectativa para uma taxa Selic encerrando o ano em 9,5%, no entanto, no atual cenário a taxa básica de juros vem sendo mantida em 10,50% e a ata do Copomdivulgada na terça-feira (6), evidenciou que o comitê está, em unanimidade, pronto para elevá-la se avaliar necessário.

Lucas Ozorio aponta que o Magazine Luiza passou por grandes transformações e aumentos de margens operacionais ao longo dos últimos trimestres, saindo de uma margem Ebitda de 5,1% no segundo trimestre do ano anterior para 7,9%.

“Ter 7,9% de margem Ebitda com uma taxa de juros de 10%, já é possível dar lucro líquido, tanto que é o terceiro seguido que divulgamos. Então não vamos depender da redução de taxa de juros para voltar a dar lucro líquido, porque já estamos dando lucro líquido com essa taxa de juros ainda alta”, afirma.

Ele reforça que a empresa não pode ficar esperando por uma taxa Selic menor, dessa forma, todos os esforços internos do Magazine Luiza para aumentar a margem operacional e enfrentar cenários de juros altos.

Veja o balanço do Magazine Luiza na íntegra