Magazine Luiza (MGLU3) lucra R$ 37,4 milhões e supera expectativas; ‘Não vamos depender dos juros para lucrar’, diz gerente de RI
O Magazine Luiza (MGLU3) superou as estimativas do mercado e entregou lucro líquido de R$ 37,4 milhões no segundo trimestre de 2024 (2T24). A cifra representa uma reversão do prejuízo de R$ 198,8 milhões no mesmo período de 2023.
Mas o destaque, conforme a própria varejista, foram as melhoras nas margens.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 62% na comparação anual, totalizando R$ 711 milhões, com margem de 7,9%, um aumento de 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 2T23.
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Analistas do Santander, por exemplo, esperavam um lucro líquido de R$ 19 milhões e Ebitda de R$ 669 milhões no 2T24, já antecipando que a rentabilidade fosse o destaque.
Lucas Ozorio, gerente de relações com investidores (RI) do Magazine Luiza, afirmou em entrevista ao Money Times que o resultado é considerado um sucesso para a companhia, tendo em vista que o principal objetivo era a evolução das margens operacionais.
A evolução foi impulsionada pela melhora na margem de mercadorias, pelo avanço do braço financeiro LuizaCred e dívida de curto prazo zerada, o que levou a uma redução das despesas financeiras em 25% na base anual.
Ozorio destaca ainda que as vendas totais do Magalu atingiram R$ 15 bilhões no segundo trimestre de 2024, com crescimento de 4% em relação ao segundo trimestre de 2023.
“Crescemos venda ao mesmo passo que crescemos margem. Geralmente é um trade-off no varejo, ou você cresce venda, ou você cresce margem, então é muito difícil crescer os dois ao mesmo tempo”.
A tendência para os próximos trimestres é positiva, segundo Ozorio, com a companhia podendo superar os atuais patamares. “A companhia vem passando por transformações, se remodelando, melhorando suas margens e reduzindo despesas em todo o trabalho que estamos efetuando nos últimos tempos”.
No release de resultados, o Magazine Luiza afirma que segue confiante na atual estratégia e modelo de negócios.
“A decisão de focar na expansão das margens operacionais e no aumento da rentabilidade tem se mostrado muito assertiva, e nos fortalece ainda mais para continuar investindo nos projetos de longo prazo, que trarão, além do aumento da rentabilidade, mais crescimento de vendas”.
Outros números do balanço
Nas lojas físicas, as vendas totalizaram R$ 5 bilhões no segundo trimestre deste ano, um aumento de 14% em comparação com ao ano anterior. No critério mesmas lojas (SSS), o crescimento atingiu 16%
O gerente de RI do Magalu aponta que a companhia ganhou muita participação de mercado no ambiente físico, em meio a um cenário de situação mais debilitada de concorrentes como Americanas e Casas Bahia. O atual cenário permite à varejista melhor negociação com os fornecedores e melhores preços.
Ozorio destacou que a presença com lojas físicas é parte do DNA do Magazine Luiza e, apesar da abertura de novas lojas não estar no radar no momento, segue sendo um ponto crucial para a companhia, aliada com as vendas online.
Já o e-commerce atingiu R$ 11 bilhões em vendas no período, crescendo 1% em relação ao 2T23. No e-commerce com estoque próprio, o DIFAL totalmente repassado contribuiu para a expansão da margem bruta no trimestre.
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As vendas do marketplace alcançaram R$ 4 bilhões, um crescimento de 4% comparado ao mesmo período do ano anterior, representando mais de 40% das vendas online.
A margem bruta atingiu 30,9%, crescendo de 2,1 p.p. comparada ao segundo trimestre de 2024, impulsionada pelo aumento de 3,0 p.p. na margem bruta de mercadorias do estoque próprio (1P) e pelo crescimento da receita de serviços.
As despesas financeiras foram 25% menores na comparação anual, mesmo com o maior volume de antecipação de cartões devido a pagamento das Notas Promissórias em abril.
Selic em 10,50% não vai impedir lucro
No primeiro trimestre de 2024, existia expectativa para uma taxa Selic encerrando o ano em 9,5%, no entanto, no atual cenário a taxa básica de juros vem sendo mantida em 10,50% e a ata do Copom, divulgada na terça-feira (6), evidenciou que o comitê está, em unanimidade, pronto para elevá-la se avaliar necessário.
Lucas Ozorio aponta que o Magazine Luiza passou por grandes transformações e aumentos de margens operacionais ao longo dos últimos trimestres, saindo de uma margem Ebitda de 5,1% no segundo trimestre do ano anterior para 7,9%.
“Ter 7,9% de margem Ebitda com uma taxa de juros de 10%, já é possível dar lucro líquido, tanto que é o terceiro seguido que divulgamos. Então não vamos depender da redução de taxa de juros para voltar a dar lucro líquido, porque já estamos dando lucro líquido com essa taxa de juros ainda alta”, afirma.
Ele reforça que a empresa não pode ficar esperando por uma taxa Selic menor, dessa forma, todos os esforços internos do Magazine Luiza para aumentar a margem operacional e enfrentar cenários de juros altos.
Veja o balanço do Magazine Luiza na íntegra