Magazine Luiza (MGLU3): JP Morgan vê resultados fracos no 4T24; o que esperar das ações?

Para o JP Morgan, o Magazine Luiza (MGLU3) reportou números fracos referentes ao quarto trimestre de 2024. A varejista divulgou seu balanço na noite de quinta-feira (13), com lucro líquido ajustado de R$ 139 milhões no período de outubro a dezembro. O número representa um avanço de 37% na comparação anual.
A equipe de analistas liderada por Joseph Giordano pondera que a melhora da lucratividade já era esperada, no entanto, as tendências de receita foram menores do que o previsto, com crescimento abaixo da média em relação a seus pares.
O JP Morgan destaca que o lucro por ação ajustado de R$ 0,19, acima dos R$ 0,15 do ano anterior, ficou abaixo da estimativa do banco de R$ 0,21, embora em linha com o consenso.
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“Ainda assim, acreditamos que o foco deve estar na ausência de geração de fluxo de caixa, apesar do aumento do foco na rentabilidade”, colocam os analistas.
Nas estimativas do banco, houve um consumo de caixa de aproximadamente R$ 750 milhões no quarto trimestre de 2024 e uma tímida geração de aproximadamente R$ 20 milhões no ano fiscal de 2024, o que se compara a uma geração de fluxo de caixa de aproximadamente R$ 700 milhões no mesmo período de 2023 e aproximadamente R$ 60 milhões no ano fiscal de 2023.
“No geral, esperamos uma reação negativa do preço das ações devido às tendências ruins de fluxo de caixa e ao crescimento de receita suave”, dizem os analistas.
A classificação do JP Morgan para o Magalu permanece underweight, equivalente à venda.
Detalhes do 4T24 do Magazine Luiza
No ano de 2024, em sua totalidade, a varejista teve lucro ajustado de R$ 276,7 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 550,1 milhões acumulado em 2023.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do quarto trimestre de 2024 atingiu R$ 846,2 milhões, um avanço de 11,9% na comparação anual. A margem Ebitda foi de 7,8%, um aumento de 0,6 ponto percentual em comparação ao mesmo período de 2023.
O aumento da margem de contribuição de todos os canais de venda, incluindo lojas físicas, e-commerce com estoque próprio e o marketplace, contribuiu para o avanço.
Roberto Bellissimo, diretor financeiro (CFO) do Magalu, afirma que os números demonstram o desempenho do ciclo de consolidação do ecossistema, que iniciou em 2021 e deve encerrar 2025, mostrando a capacidade da empresa de dar lucro mesmo em um cenário de juros na casa de dois dígitos.
“O Magalu sempre foi muito forte em bens duráveis e se tornou líder nessas categorias, mas são categorias mais cíclicas, sempre dependentes dos juros, da economia, do crédito. Nesses últimos cinco anos, nosso ciclo é baseado em consolidar o ecossistema e criar uma diversificação de canais”, disse em entrevista ao Money Times.
A receita líquida da companhia foi de R$ 10,7 bilhões no quarto trimestre de 2024, um avanço de 2,3% na comparação anual.
As vendas totais, que incluem vendas nas lojas físicas, e-commerce tradicional (1P) e marketplace (3P), foram de R$ 18,4 bilhões no último trimestre de 2024. Em 2024, as vendas totais atingiram R$ 65 bilhões, apresentando um crescimento de 4% comparado a 2023.
A geração de caixa operacional no quarto trimestre de 2024 chegou a R$ 2,1 bilhões, 36% maior que o registrado no ano anterior. Em 2024, essa geração de caixa atingiu R$ 3,1 bilhões.