Magazine Luiza (MGLU3): Família Trajano discute capitalização da companhia; ações chegam a derreter 9%
A família Trajano, fundadora do Magazine Luiza (MGLU3) discute com bancos e investidores uma capitação da companhia, segundo apurou o Pipeline, do Valor Econômico.
De acordo com três fontes ouvidas pelo jornal, o Magalu avalia um aumento de capital privado da ordem de R$ 2 bilhões, em que a família entraria com cerca de metade desse volume. Os Trajano detém 56% da varejista.
A recomendação dos bancos é de que a varejista estruture a operação ainda neste ano ou na virada para 2024. Contudo, não há um prazo definido e a pauta ainda não foi submetida ao conselho, conforme o Pipeline.
Os papéis da Magazine Luiza derretiam na primeira hora do pregão desta segunda-feira (14), com queda de 9,25%, a R$ 1,56, por volta das 10h46.
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Balanço do Magazine Luiza e ‘incorreções em lançamentos contábeis’
Na véspera (13), o Magazine Luiza reportou prejuízo ajustado de R$ 143 milhões no terceiro trimestre de 2023. A cifra representa uma melhora de 15% ante o mesmo período do ano passado, quando teve prejuízo de R$ 170 milhões.
O número veio melhor do que o consenso de mercado reunido pela Bloomberg, que esperava buraco de R$ 171 milhões. Segundo a varejista, a cifra é ainda reflexo da alta taxa de juros.
Considerando o resultado sem ajuste, a empresa reverteu o prejuízo de R$ 190 milhões e lucrou R$ 331 milhões no terceiro trimestre devido a créditos tributários e despesas não recorrentes no valor líquido de R$ 474,6 milhões.
Por outro lado, a receita líquida caiu 2,6%, para R$ 8,5 bilhões. Já as vendas totais subiram para 4,8%, a R$ 14 bilhões.
Ainda ontem, fato relevante enviado ao mercado mostra que o Magalu julgou improcedente a denúncia anônima de fornecedores recebidas em março pela companhia.
Apesar disso, a varejista identificou incorreções em lançamentos contábeis relacionadas ao período de competência do reconhecimento contábil de bonificações em determinadas transações comerciais
Os documentos foram emitidos pela companhia e assinadas por fornecedores sem observar com precisão as obrigações de desempenho (as quais variam de acordo com as especificidades de cada negociação) em momento específico no tempo, conforme dispõe o CPC 47.
“Diante dos fatos apurados, o conselho de administração determinou correção dos lançamentos contábeis correspondentes divulgado nesta data, que reflete, conforme Nota Explicativa n. 2.2, ajuste acumulado no patrimônio líquido da companhia no valor de R$ 829,5 milhões em 30/06/2023, líquido de impostos e sem impacto no seu fluxo de caixa”, explica.