Comprar ou vender?

Magazine Luiza (MGLU3) entrega margens sólidas; é hora de comprar as ações?

09 ago 2024, 17:14 - atualizado em 09 ago 2024, 17:14
magazine luiza
Resultados do segundo trimestre de 2024 do Magazine Luiza agradaram analistas; ações sobem em reação (Imagem: Magazine Luiza/Reprodução)

Após enfrentar trimestres de prejuízos e expressivas quedas na Bolsa, o Magazine Luiza (MGLU3) marca no segundo trimestre de 2024 (2T24) o terceiro balanço consecutivo de lucro, superando as estimativas do mercado.

O destaque, no entanto, foram as melhoras nas margens. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) cresceu 62% na comparação anual, totalizando R$ 711 milhões, com margem de 7,9%, um aumento de 2,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao 2T23.

Os números agradaram os analistas, que destacam a rentabilidade da companhia mesmo em meio a um cenário macroeconômico difícil e desafios para o comércio eletrônico.

O BB Investimentos destaca que o balanço mostrou relevante crescimento de vendas em mesmas lojas nas estruturas físicas, com alta de 16% aumento de margem bruta em 2,1 p.p. e de margem Ebitda ajustada, além de reverter o prejuízo apresentado no mesmo período do ano passado.

Os analistas comentam que MGLU3 apresenta queda superior a 40% desde o início de 2024, impactada pela manutenção da taxa Selic em patamares elevados e seguindo o movimento de outros papéis mais cíclicos da bolsa.

Neste cenário, avaliam que a companhia continua apresentando bons números, em linha com sua estratégia de foco em rentabilidade e lucratividade.

Somado a isso, a parceria com a AliExpress, o pagamento da dívida de curto prazo, a melhoria na geração de caixa e o cenário macroeconômico que, no geral, está positivo para o setor de consumo, indicam boas perspectivas para o futuro da empresa.

Por esses motivos, o BB mantém o nosso preço-alvo para o final de 2024 em R$ 36,80, potencial de alta de 177%, e recomendação de compra.

O BTG Pactual também indica compra para a ação, sustentada pela perspectiva de que a varejista se beneficie de melhores condições macroeconômicas, de uma abordagem mais racional da taxa de juros e de seu modelo de negócios multicanal para alavancar a operação, enquanto a rentabilidade e o fluxo de caixa deverão ser positivos nos próximos trimestres.

Desde 2022, o banco aponta que, apesar da queda de MGLU3, ainda esperam que ela seja pressionada no curto prazo por um crescimento mais lento do GMV online, dada a sua exposição a categorias altamente cíclicas, como eletrônicos e eletrodomésticos, impacto das altas taxas de juros nos resultados da Luizacred e alto custo de financiamento para desconto de recebíveis, afetando os resultados financeiros e o lucro.

“Mas os últimos três trimestres mostraram sinais encorajadores (principalmente nos dois últimos tópicos), com melhores tendências de lucratividade”

Os analistas da Genial Investimentos comentam que nos últimos 12 meses, o Magazine Luiza não realizou abertura de lojas – por outro lado, a companhia encerrou 39 unidades, o que equivale a 3% do total.

“Ainda que a redução da metragem de vendas impacte negativamente o crescimento do top line, a companhia acelera as vendas desse canal em duplo dígito e emplaca um incrível Same Store Sales (vendas em mesma loja)”.

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A casa destaca que as vendas em lojas físicas estão acontecendo em um mesmo momento em que a carteira de crédito da Luizacred recua 3,6% na base anual e 1,2% na base trimestral.

A Genial permanece com recomendação de compra para os papéis e preço-alvo de 12 meses de R$ 29,60, um potencial de alta de 56% em relação ao fechamento do pregão de quinta-feira (08).

O lado neutro à MGLU3

Já o Itaú BBA destaca que a houve celebração das tendências de faturamento e expansão sólida das margens.

“A melhoria geral na qualidade do crédito e a recuperação gradual do consumo afetaram positivamente as tendências de vendas do B&M (lojas físicas) do Magazine Luiza, aumentando a alavancagem operacional da empresa”.

Em um cenário de aceleração das concessões de crédito, as vendas das lojas físicas deverão sustentar as sólidas tendências de crescimento, pontua o BBA. Por enquanto, os analistas esperam que o foco dos investidores esteja na recuperação das vendas online, que ainda não se concretizou e na continuidade da tendência de melhoria das margens.

Ainda que reconheça o momento de melhora do Magazine Luiza, a casa segue com indicação market perform, equivalente à neutra, com preço-alvo de R$ 15.

O UBS BB, que havia cortado o preço-alvo às vésperas do balanço, aponta que o cenário de lojas físicas foi aprimorado, enquanto há uma perspectiva desafiadora para o comércio eletrônico. Ainda, veem o acordo com o AliExpress podendo impulsionar GMV (volume bruto de mercadorias) mais a frente.

Contudo, o banco vê que as taxas de juro elevadas durante mais tempo deverão pesar sobre a rentabilidade e a
procura dos consumidores.

A recomendação do UBS BB segue neutra, com preço-alvo de R$ 14.

O Bradesco BBI e Ágora Investimentos avaliam os resultados como positivos e vem continuidade da tendência de melhoria.

Para os analistas, os resultados do segundo trimestre de 2024 ajudam a empresa a solidificar seu caminho em direção a um nível de resultado positivo sustentável à frente.

“A consistência continua sendo a chave -estamos ansiosos para ver o quão rápido o GMV/receita da Magalu pode se recuperar enquanto a margem Ebitda melhora e as despesas financeiras diminuem, descomprimindo gradualmente o EBT”.

No entanto, considerando que as ações do Magalu negociam a 22x o múltiplo P/L esperado para 2025, os analistas preferem o preço-alvo de R$ 17 e uma recomendação neutra.

O que fazer com as ações do Magazine Luiza?

Banco/Corretora Recomendação
BTG Pactual Compra
BB Investimentos Compra
Genial Investimentos Compra
UBS BB Neutra
Bradesco BBI Neutra
Itaú BBA Market Perform

Selic não deve ser pedra no sapato do Magazine Luiza

O setor varejista é um dos sensíveis à taxa de juros, que impactou o Magazine Luiza em outros trimestres. Neste, a melhora da margem foi a estratégia da varejista para não depender da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic.

“Não queremos mais ser pegos de surpresa com uma agenda do Banco Central que não depende da gente”, afirmou Frederico Trajano na teleconferência realizada nesta sexta-feira (09).

Sendo ele, a companhia não precisa e não depende de uma boa notícia em relação à Selic para ir bem, e as margens elevadas são a razão para isso.

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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