Magazine Luiza (MGLU3) engata sexto prejuízo seguido, a R$ 198 mi, pior que o esperado
O Magazine Luiza (MGLU3) reportou prejuízo ajustado de R$ 198 milhões no segundo trimestre de 2023, mostra documento enviado mercado nesta segunda-feira. A cifra representa uma alta de 77% ante o mesmo período do ano passado, quando teve prejuízo de R$ 112 milhões.
O número ficou abaixo do consenso de mercado reunido pela Bloomberg, que esperava buraco de R$ 141 milhões. A empresa está no vermelho desde o primeiro trimestre de 2022 em meio à alta dos juros e piora do cenário macroeconômico.
A receita líquida somou R$ 8,57 bilhões, quase estável (+0,1%) ante faturamento de um ano antes.
O Magalu explica que o número teve impacto da volta do DIFAL (diferença de alíquota de ICMS nas vendas interestaduais), sendo que as deduções sobre a receita bruta passaram de 17,4% para 19,7%, “influenciando de forma significativa a margem bruta de mercadorias”.
A companhia apurou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 439,8 milhões no trimestre, recuo de 10,6% ante igual etapa de 2022.
A margem Ebitda ajustada passou de 5,7% para 5,1% em função, principalmente, do aumento dos impostos.
“Esse movimento foi influenciado, principalmente pela redução de 1,7 ponto percentual na margem bruta de mercadorias, devido ao aumento dos impostos (DIFAL), que estão sendo gradativamente repassados para o preço final”, justifica.
Geração de caixa
No trimestre, a geração de caixa operacional foi de R$ 846,5 milhões, influenciada pela variação do capital de giro.
A empresa encerrou o período com uma posição de caixa líquido ajustado de R$ 900 milhões e uma posição de caixa total no valor de R$ 8,1 bilhões, considerando caixa e aplicações financeiras de R$ 2,5 bilhões e recebíveis de cartão de crédito disponíveis de R$ 5,7 bilhões.
“Vale lembrar que, em jun/23, o Magalu recebeu o montante de R$ 850,0 milhões provenientes da renovação do acordo com a Cardif”, discorre.
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Vendas do Magazine Luiza
No segundo trimestre, as vendas totais, incluindo lojas físicas, ecommerce com estoque próprio (1P) e marketplace (3P) cresceram 5,8% e atingiram R$ 14,7 bilhões
Segundo a empresa, a alta foi um reflexo do aumento de 7% no ecommerce total (crescimento médio anual de 45,7% em quatro anos) e um crescimento de 2,7% nas lojas físicas.
No e-commerce, as vendas avançaram 7% e atingiram R$ 10,7 bilhões, sendo:
- estoque próprio (1P): as vendas evoluíram 2,3% (crescimento médio anual de 38% em quatro anos);
- marketplace: as vendas atingiram R$ 4,2 bilhões no trimestre, com crescimento de 15,1%;
Cenário macroeconômico
No relatório, o Magazine Luiza destacou a queda da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, realizada pelo Banco Central no começo do mês.
Segundo a empresa, a expectativa dos agentes econômicos é que esse seja o início de um novo ciclo, com cortes sucessivos da Selic, aumento do nível de confiança, do poder de compra e do crédito ao consumidor.
“O impacto para o Magalu é significativo, sobretudo no que se refere às vendas de bens duráveis, com tíquetes mais altos e mais sensíveis às condições do crédito. Juros mais baixos significam, em última análise, vendas em alta e inadimplência em baixa”, discorre.
Há ainda o impacto da redução das despesas financeiras, explica o Magalu.
“Estimamos que cada ponto percentual de redução da Selic gera, para o Magalu, uma economia anual de mais de R$ 150 milhões”, coloca.