Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) vão, finalmente, sair do prejuízo no 4T22?
Se alguém esperava que Magazine Luiza (MGLU3) e Via Varejo (VIIA3), finalmente, reportassem lucro no quatro trimestre de 2022 (4T22), as notícias não são animadoras. Segundo projeções do BTG Pactual, as varejistas devem — mais uma vez — ter prejuízos de R$ 91 milhões e R$ 113 milhões, respectivamente.
Apesar de algumas melhorias, o setor inteiro de e-commerce deve sentir o baque. Enjoei (ENJU3) e Westwing (WEST3), inclusive, devem reportar prejuízos de R$ 8 milhões e R$ 4 milhões.
De acordo com Luiz Guanais e equipe do BTG, no setor, as preocupações e a volatilidade permanecem semelhantes aos trimestres anteriores, e os resultados recentes sustentaram o viés negativo no segmento no curto prazo, apesar de uma melhoria na margem.
Os analistas esperam que o volume bruto de mercadorias (GMV) online combinado do setor cresça 7% no ano. Para Magazine Luiza, a expectativa é de alta de 15% no GVM — adição de R$ 1,6
bilhão. Já a Via deve ter queda de 4% no volume.
Veja as projeções para Magazine Luiza, Via e outras empresas de e-commerce:
Guanais e equipe veem uma “tendência secular de crescimento” para o e-commerce brasileiro nos próximos anos e com GMV e participação nas vendas do varejo muito maior do que os níveis pré-pandemia, ao contrário de mercados mais maduros.
No entanto, destacam que, para preservar o caixa em meio a um cenário incerto, empresas como Via e Westwing já reduziram os investimentos para melhorar a rentabilidade, o que é uma tendência para o curto e médio prazo.
Empresa | Receita Líquida (R$ mi) | Ebitda (R$ mi) | Margem Ebitda | Lucro Líquido (R$ mi) | Margem Líquida |
---|---|---|---|---|---|
Magazine Luiza | 10.420 | 610 | 5,9% | -91 | -0,9% |
Via | 8.343 | 482 | 5,8% | -113 | -1,4% |
Westwing | 80 | -5 | -6,5% | -4 | -4,5 |
Enjoei | 34 | -9 | -27,3% | -8 | -24,5 |
O que esperar do varejo no 4T22?
Os analistas do BTG afirmam que o cenário macro instável dá o tom de um trimestre desafiador para o varejo.
“Se aprendemos alguma coisa com as recessões passadas, é que elas expõem as fraquezas existentes, aceleram as tendências emergentes e forçam as organizações a fazer mudanças estruturais mais rapidamente do que o planejado. Isso ocorre principalmente no varejo”, afirmam.
Guanais e equipe afirmam que, apesar de todos os esforços, as empresas continuam altamente correlacionadas com o cenário macro. Após um “sólido segundo trimestre para a maioria das varejistas brasileiras e números decentes no terceiro trimestre, as coisas pioraram no final de 2022”.
De acordo com eles, a inflação corroeu o poder de compra e o endividamento das famílias continua a crescer, o que deve pressionar o setor.