Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3): O diagnóstico para as gigantes do varejo, segundo o Bradesco BBI
O Bradesco BBI revisou a cobertura das empresas de comércio eletrônico e disse que a melhor ação do setor é a do Mercado Livre (MELI34), segundo relatório assinado por Pedro Pinto e Flávia Meireles.
Na sequência de preferência do banco estão Magazine Luiza (MGLU3), com preço-alvo de R$ 3,70, Via (VIIA3), com preço-alvo de R$ 2,60, Americanas (AMER3), com preço-alvo de R$ 10,50, Enjoei (ENJU3), com preço-alvo de R$ 1,20, e Mobly (MBLY3), com preço-alvo de R$ 3,00.
Com exceção de Mercado Livre, que tem recomendação “outperform” e preço-alvo de US$ 1,2 mil, todas as ações do setor têm recomendação “neutra”, com a perspectiva de que os papéis andem de lado em 2023.
“Temos cautela, dada a dependência excessiva do setor em categorias de alto valor (por exemplo, eletrodomésticos), à luz do cenário atual de baixa demanda e alta concorrência em um cenário instável do ponto de vista macro”, disse.
Para o Bradesco BBI, as principais preocupações sobre os papéis estão no poder de compra das famílias pressionado, alta alavancagem do custo e elevadas taxas de juros por mais tempo.
“Com múltiplos sendo um parâmetro menos significativo, em nossa opinião, abordamos essencialmente atratividade de avaliação por fluxo de caixa descontado”.
O que o BBI vê em MGLU3 e VIIA3
No caso de Magazine Luiza, os analistas argumentam que a companhia tem um histórico de execução sólida e uma estratégia de diversificação promissora, mas ainda altamente exposta ao principal negócio, com a dependência de produtos como eletrônicos e eletrodomésticos ainda elevada.
Em relação à Via, dona das redes Ponto e Casas Bahia, eles afirmaram que as ações estão com avaliação “barata”, mas que a veem como a mais exposta a produtos de tíquetes altos entre as companhias sob sua cobertura, o que significa que os ventos contrários macro afetam mais a empresa em uma base relativa.
Americanas, segundo a equipe do Bradesco BBI, tem a maior diversificação de categorias entre os players brasileiros, mas isso não se traduziu em desempenho de crescimento. Além disso, acrescentaram, tem o maior endividamento, com uma dívida onerosa que pressiona o resultado final com despesas financeiras.
Quanto à Enjoei, eles observaram que a empresa precisa provar que a tendência de vendas de usados pode ser tão onipresente quanto as compras do comércio eletrônico. Também citaram que o alto investimento em marketing prejudica a tendência de rentabilidade ascendente.
Mobly, afirmaram, precisa enfrentar o mercado mobiliário, que é fragmentado e difícil de operar, dados o sortimento volumoso e sujeito a danos, enquanto a logística é cara. O segmento ainda tem sua tendência de aumento de rentabilidade afetada pelas despesas com marketing, demandadas no negócio para ganhar escala.
*Com informações da Reuters