Magazine Luiza (MGLU3): É hora de comprar? Ação dispara 12% após ‘gatilho global’; entenda
O Magazine Luiza (MGLU3) é destaque na sessão desta sexta-feira (3), recuperando o fôlego após derreter nas últimas sessões. Por volta das 14h24, o papel disparava 12,78%, a R$ 1,50.
Segundo analistas, a alta guarda relação com o cenário externo.
A postura do Federal Reserve, o banco central americano, mais suave, ao manter o patamar dos juros em 5,25%/5,50%, se somou aos dados mais fracos da criação de emprego nos Estados Unidos. A expectativa de economistas é de que o ciclo de alta dos juros no país esteja perto do fim.
Isso faz a alegria de investidores aqui no Brasil, já que a nossa curva de juros tem correlação como os rendimentos dos tesouros públicos americanos, que caem.
Aqui no Brasil, o Banco Central, como esperado, cortou a Selic em mais 0,5 ponto percentual, para 12,25%, além da menção de manter o ritmo de cortes nas próximas reuniões.
“Isso deve fazer com que os contratos de juros de curto prazo caiam, para restaurar a precificação de 0,50 pp nos encontros seguintes”, explica a Ágora Investimentos.
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É hora de comprar Magazine Luiza?
Paulo Cunha, CEO da iHUB Investimentos, sustenta que é difícil falar se o papel chegou no piso, “mas se você olha historicamente e até se a gente apostar em uma espécie de recuperação, o papel está começando a ficar bastante atrativo”.
“Vamos lembrar que MGLU3 já chegou a negocias quase 30 vezes o valor contábil e agora está sendo negociado a 1,20 vez o valor contábil, então ele já está ficando expressivamente barato. Ainda é necessário se atentar quando será o “vale”, porque de fato ela vai começar a recuperar”, coloca.
Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, diz que não haverá uma recuperação consistente das ações do Magazine Luiza enquanto o ROIC da empresa permanecer abaixo do CDI atual.
Para ele, as ações devem engatar uma recuperação sólida somente em um cenário de queda nas curvas longas de juros, com a Selic abaixo de 9% e a inflação sob controle.
Na visão do analista Matheus Soares, do Market Makers, o setor de varejo é difícil, marcado por forte concorrência do Mercado Livre, que tem investido pesado no Brasil (assista ao vídeo completo aqui). “É um cenário tão difícil que preferimos outras empresas”, discorre.
Segundo o consenso da Reuters, de 13 casas, o papel tem três recomendação de compra, nove de manter e uma de venda, com preço-alvo médio de R$ 3,86.
O que esperar dos resultados?
A expectativa da XP Investimentos é de resultados mistos, com fraco desempenho de faturamento, mas melhora nas margens.
O Itaú BBA estima movimento parecido, com a receita líquida provavelmente contraindo 1,1% no comparativo anual, a R$ 8,7 bilhões, enquanto a margem bruta deve subir para 28,8%.
Tanto a XP quanto o BBA estimam mais um trimestre de prejuízo, com perdas esperadas de R$ 187 milhões e R$ 176 milhões, respectivamente.