Magazine Luiza (MGLU3) despenca 23% após prejuízo ‘assustador’; chegou ao fundo do poço?
As ações do Magazine Luiza (MGLU3) despencaram 22,83%, a R$ 3,38, no pregão desta terça-feira (16). O movimento veio após a varejista reportar o pior prejuízo desde sua oferta pública de ações (IPO).
Trata-se de um resultado “assustador”, diz a Genial Investimentos.
Segundo analistas, o maior impacto negativo para o Magalu no primeiro trimestre do ano foi na piora do prejuízo líquido, que ficou em R$ 391,2 milhões. O diferencial entre a alíquota de ICMS em vendas interestaduais (DIFAL) e a taxa de juros elevada pressionaram os resultados, afirmam.
Já para Thiago Macruz e a equipe do Itaú BBA, o fim do benefício fiscal prejudicou a rentabilidade do Magazine Luiza, com margem bruta em queda de 50 pontos percentuais.
Além disso, o DIFAL afetou as deduções sobre receita bruta, que foi de 20,2%, destaca o analista da Ativa Investimentos, Pedro Serra.
Apesar do impacto negativo do diferencial de alíquota, a rentabilidade foi positivamente impactada pelo crescimento do lucro bruto de serviços — marketplace e financeira —, pontua a Iago Souza e o time da Genial. A companhia consolidou um lucro bruto de R$ 2,48 bilhões.
O BBA tem recomendação de market perform para MGLU3 — com desempenho em linha com a média do mercado — e preço justo em R$ 3,20.
Já a Ativa e a Genial têm indicação neutra para as ações do Magazine Luiza, com preços-alvo em R$ 4,20 e R$ 5,00, respectivamente.
Magazine Luiza chegou ao fundo do poço?
Os analistas do Itaú BBA afirmam que o mercado continuará aguardando uma recuperação “mais concreta” da rentabilidade do Magazine Luiza.
Apesar dos ganhos de participação de mercado no trimestre, o foco está no crescimento do varejista. O Magalu tem ficado consistentemente abaixo dos líderes do mercado em que atua, “apesar dos ventos favoráveis do ambiente competitivo”, dizem.
Além disso, os analistas afirmam que o provável impacto do repasse da reintrodução da DIFAL no curto prazo deve demorar a surtir efeito.
Serra, da Ativa, ainda pontua que o setor enfrenta e seguirá enfrentando dificuldades enquanto a conjuntura macro não melhorar.