Magazine Luiza (MGLU3): Chegou a hora de comprar, diz Citi; ‘cenário está mais racional’
O Citi elevou a recomendação do Magazine Luiza (MGLU3) de neutro para compra, com preço-alvo de R$ 5, potencial de alta de 42% ante o fechamento da última quinta-feira (23).
O otimismo dos analistas se reflete na sessão do Ibovespa desta sexta-feira. Por volta das 11h44, o papel subia 4,21%, a R$ 3,72.
Segundo o banco, o cenário competitivo tornou-se mais suave e racional.
“Continuamos acreditando que a MGLU deve se beneficiar das mudanças que estão acontecendo na indústria após a “crise de crédito” de um grande concorrente”, no caso o rombo da Americanas (AMER3).
Em relatório de janeiro, o Citi já afirmava que o Magazine Luiza era empresa que mais se beneficiava com a queda da varejista, que entrou em recuperação judicial no dia 19 de janeiro.
“Em nosso exercício mais recente, estimamos que o GMV (valor bruto de mercadoria) online da MGLU pode crescer cerca de 20% à medida que a empresa acumula participação de mercado”, discorre.
Apesar disso, os analistas João Pedro Soares e Felipe Reboredo, que assinam o relatório, observam que esse processo pode não ser simples, com alguns solavancos ao longo do caminho.
“Afinal, as margens do Magalu são baixas e sua atividade principal depende de crédito e capital de giro”, completam.
Alto risco do Magazine Luiza
A dupla faz questão de ressaltar os altos riscos em torno do papel do Magazine Luiza. Afinal, os juros continuam na casa dos 13%, enquanto a economia mostra sinais de fraqueza.
Mesmo assim, os analistas veem o ambiente consumidor com alguns sinais de melhora, pelo menos em termos de criação de empregos e uma renda alimentada pelos auxílios do governo. A PEC da Transição, aprovada pelo Congresso no ano passado, garantiu R$ 600 para o Bolsa Família.
“Não estamos dizendo que o ambiente do consumidor seja necessariamente positivo, mas há alguns desenvolvimentos positivos”, discorrerem.
Aliado a isso, Soares e Reboredo dizem que a empresa de Luiza Trajano está claramente melhorando o resultado de seus negócios no mercado por meio de aumento das taxas de tomada.
Prévia do 4T22
Marcado para 9 de março, os analistas esperam números mais positivos no quarto trimestre, pelo menos em relação ao primeiro semestre e terceiro trimestre de 2022, apoiado pelas composições mais fáceis, demanda relacionada à Copa do Mundo por televisores e roupas esportivas [Netshoes].
“Estimamos que as vendas líquidas do Magalu cresçam 15% em relação ao ano anterior, para R$ 10,8 bilhões, impulsionado pelo crescimento em todos os canais”, prevem.
O Citi vê um Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 662 milhões para o quarto trimestre, com margem Ebitda de 6,1%, alta de 350 pontos-base (pb) na comparação anual e 10 (pb) na trimestral.
Além disso, os analistas aguardam elevação de 15% na receita e de 21% no lucro bruto.