Magazine Luiza (MGLU3): BBA vê potencial de alta menor com curto prazo sob pressão; é hora de vender?
O Magazine Luiza (MGLU3) está bem posicionada para manter sua posição como um dos principais competidores do setor de e-commerce brasileiro, defende o Itaú BBA. No entanto, o curto prazo mais desafiador impede que o banco fique mais otimista com a ação a ponto de mudar a recomendação para “compra”.
Inclusive, as estimativas para o varejista foram revisadas para baixo, após incorporação dos últimos resultados e atualização de projeções de mercado.
Dessa forma, além da recomendação “neutra” reiterada, o preço-alvo caiu de R$ 3,20 ao fim de 2023 para R$ 3 esperado em 2024.
O cenário macroeconômico atual, com juros ainda elevados e um poder de compra do consumidor corroído, segue afetando a dinâmica do setor, levanta o BBA.
“Apesar da base de comparação favorável, as categorias de casa e eletrodomésticos registraram um crescimento modesto de 1% em relação ao ano anterior (em termos reais) no primeiro semestre de 2023 e ainda não estamos confiantes de que tenhamos atingido um ponto de inflexão”, diz a instituição, em relatório divulgado nesta sexta-feira (8).
Diante dessa dinâmica desfavorável, o Magazine Luiza não atendeu as expectativas dos investidores no segmento online ao longo do primeiro semestre do ano. A companhia registrou um crescimento de 9% no GMV (volume bruto de mercadorias) online em relação ao ano anterior, enquanto o líder de mercado avançou 26% na mesma base de comparação.
“Apesar do crescimento do seu marketplace, que tende a diversificar o mix de vendas, ainda avaliamos que as categorias de casa e eletrodomésticos podem representar cerca de 50% do GMV online total, atribuindo uma tendência mais cíclica às vendas digitais da empresa. No entanto, sentimos que os investidores esperavam um ganho de participação de mercado mais robusto”, destaca o BBA.
- De olho no curto prazo, a Empiricus Research excluiu as ações do Magazine Luiza de sua carteira mensal. No lugar, a casa de análise optou por incluir a rival que engata movimento contrário à fase ruim de muitos players do setor de varejo. Saiba mais aqui.
O BBA entende que a ação está “significativamente alavancada” e pode se beneficiar com o cenário de queda da Selic. No entanto, o banco considera que é cedo demais para adotar uma visão mais otimista no curto prazo.
“Ainda optamos por adotar uma postura cautelosa em nossas projeções de crescimento”, diz.
As novas projeções do BBA sugerem que o Magazine Luiza terminará o ano com prejuízo de R$ 672 milhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 2,09 bilhões.
Para 2024, os números projetados também se deterioraram, agora com lucro líquido ajustado e Ebitda ajustado esperados de R$ 202 milhões e R$ 2,84 bilhões, respectivamente.