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Magazine Luiza (MGLU3): BB Investimentos rebaixa varejista; bons números não são suficiente contra o macro?

13 fev 2025, 14:42 - atualizado em 13 fev 2025, 14:42
magazine luiza
O BB Investimentos atualizou a sua avaliação para o Magazine Luiza, tendo em vista o atual cenário macroeconômico (Imagem: Divulgação/ Magazine Luiza)

O BB Investimentos rebaixou a recomendação para o Magazine Luiza (MGLU3) de compra para neutra e definiu o preço-alvo para o final de 2025 em R$ 9, representando um potencial de valorização de 26,9% ante o preço de fechamento da última quarta (12).

Andréa Aznar, analista que assina o relatório, defende que a empresa vem entregando bons números, mas a correnteza macroeconômica é desfavorável para o varejo — e o Magalu não sai ileso disso.

Em 2025, MGLU3 acumula uma alta superior a 9%, em reação positiva ao fechamento da curva de juros observada em janeiro, tendência acompanha por outras cíclicas presentes na bolsa.



A avaliação do BB para as ações permanece considerando um potencial de alta no horizonte. No entanto, o novo preço-alvo reflete um patamar mais restrito, já contemplando a deterioração do cenário macroeconômico neste ano, que pode se arrastar para 2026.

“Diante de todos esses fatores, e apesar de entendermos que companhia está apresentando bons números, optamos por rebaixar a recomendação do papel para neutra”, afirma a analista.

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Não tem para onde fugir, macro pressiona o Magazine Luiza

Não só o Magazine Luiza, mas o varejo em geral, reage a um cenário macroeconômico que dificulta o acesso ao crédito, eleva juros e que envolve uma desaceleração da economia. Existe também uma perspectiva do BB Investimentos para o aumento da taxa de desemprego no segundo semestre deste ano.

No caso do Magalu em específico, há ainda o seu core business, ou seja, a atividade principal voltada para produtos de bens duráveis, com maior ticket médio e que demandam disponibilidade de crédito.

O ano de 2024 foi decepcionante em relação às expectativas para o macro, uma vez que em janeiro daquele ano, a perspectiva era de afrouxamento monetária e melhoria de indicadores, como os de emprego e renda.

“De fato, o consumo foi impulsionado pela queda da taxa de desemprego a níveis mais baixos historicamente – o que elevou a massa de renda real das famílias –, e pelo contínuo aumento na concessão de crédito, fatores que beneficiam o setor de bens duráveis que é o core business do Magalu”, pondera.

Enquanto o cenário ainda não havia se deteriorado ao nível atual, em 2024 o mercado viu o Magazine Luiza entregar números positivos no primeiro e segundo trimestres, e números mistos no terceiro. Em todos houve reversão de prejuízo e ganhos de margem, reforçando o foco da companhia na estratégia de aumento de lucratividade e rentabilidade.

Mas o mercado caminhou para um cenário muito diferente do que o pintado no início do ano passado, e, a sequência de altas na taxa Selic, por consequência de uma inflação ascendente, acabou por afetar os papéis das cíclicas.

“Entendemos que a companhia segue com fundamentos positivos, mas sofrendo com os efeitos de um contexto macroeconômico menos favorável para as varejistas”, avalia o BB.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.