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Magazine Luiza (MGLU3) anuncia aumento de capital e ação salta na bolsa – hora de comprar?

31 jan 2024, 8:00 - atualizado em 30 jan 2024, 13:52
Magazine Luiza
Após o Magalu anunciar um aumento de capital de R$ 1,25 bilhão, o analista Fernando Ferrer, da Empiricus Research, disse o que fazer com as ações MGLU3; confira. (Imagem: Magazine Luiza/Divulgação/Montagem: Isabelle Santos)

O Magazine Luiza (MGLU3) virou destaque nos jornais desde o último domingo (28). O motivo é que a varejista anunciou, em fato relevante, um aumento de capital da ordem de R$ 1,25 bilhão, em uma operação privada envolvendo a família Trajano e o BTG Pactual.

Segundo a empresa, a família Trajano entrará com a maior parte da quantia, investindo R$ 1 bilhão, enquanto o restante ficará por conta do banco de investimentos.

 A notícia, que movimentou o noticiário, aparentemente agradou ao mercado. Enquanto escrevo essa reportagem, as ações do Magalu sobem 1,92%, cotadas a R$ 2,12.

Mas, afinal, como essa notícia influencia os investidores? Será esse um sinal para comprar as ações?

Em entrevista ao programa Giro do Mercado, o analista Fernando Ferrer, da Empiricus Research, analisou os impactos do aumento de capital anunciado pelo Magazine Luiza e disse o que fazer com as ações agora.

A seguir, você pode conferir os comentários do analista e a recomendação dele.

O aumento de capital é um sinal para investir no Magazine Luiza? Veja resposta

De acordo com Ferrer, embora o mercado tenha gostado da notícia, é possível ter duas visões sobre o aumento de capital anunciado pelo Magalu.

“A primeira é a de que a família está acreditando muito na recuperação da companhia e, por isso, está colocando mais dinheiro nela agora”, explica.

Já a segunda visão é a de que o aumento de capital irá reduzir o valor da ação, já que o preço da emissão será de R$ 1,95 por ação, abaixo dos R$ 2,08 do fechamento de sexta-feira (26). “Isso vai diluir o acionista em 8,7%, é uma diluição grande”, afirma Ferrer.

Para a sorte do Magazine Luiza, o mercado está topando acreditar na primeira visão. Que, na opinião de Ferrer, também é legítima, visto que o aumento de capital tende a melhorar a situação operacional da companhia.

Segundo o analista, “a empresa formou uma estrutura robusta durante a pandemia, mas as vendas não acompanharam esse crescimento. Com uma Selic a quase 14%, tivemos uma deterioração do resultado da companhia. Então, essa injeção de capital é muito importante para equacionar esse balanço”.

Até setembro do ano passado, os dados indicavam que o Magazine Luiza contava com uma dívida de R$ 4,1 bilhões. Isso equivale a uma dívida líquida sobre Ebitda de 3,3 vezes, um patamar muito alto, na visão de Ferrer.

Porém, com o aumento de capital, o analista acredita que esse múltiplo pode cair para 2,3 vezes. Um patamar bem mais saudável e que ainda pode melhorar com a divulgação dos resultados do 4º trimestre, de acordo com Ferrer.

“O quarto trimestre costuma ser de geração de caixa. Então é possível que, quando descobrirmos o resultado da empresa nas próximas semanas, ela vai estar com um resultado bem saudável, abaixo de 2 vezes a dívida líquida sobre o Ebitda”, explica.

É por isso que, no curto prazo, o analista acredita em uma perspectiva positiva para as ações do Magalu: “a minha estimativa é que, a cada 1% de queda da Selic, o Magalu deve ter um aumento do lucro ante IR de aproximadamente 150 milhões. Dado que a companhia está num momento de estresse, eu acho que pode ser um gatilho”.

Já no longo prazo, porém, as perspectivas não são tão positivas assim. O motivo é que, embora haja condições para que o Magazine Luiza possa performar melhor este ano, ele terá de lidar com um inimigo já conhecido: a concorrência.

O mercado de e-commerce está cada vez mais difícil. É um mercado de margens baixas e que necessita muitos investimentos. Nesse aspecto, o Mercado Livre e a Amazon estão com muito apetite. O Mercado Livre ganhou 20 pontos percentuais de participação de mercado em 3 anos, isso é brutal. Então, no curto prazo e com o papel bastante shorteado, pode dar esse refresco e fazer os papéis subirem. Mas pensando em uma ótica mais de longo prazo, eu não fico muito animado por conta desse ambiente competitivo mais desafiador”. 

Por tudo isso, Ferrer afirma que a recomendação dele para as ações do Magazine Luiza neste momento é neutra e a sua opção de compra para o segmento é Mercado Livre (MELI34).

“O Mercado Livre tem investido em novas oportunidades de crescimento, tem trazido uma maior frequência de compra para o usuário, tem trazido mais o usuário para dentro da plataforma, o que é muito importante para esse tipo de business”, explica.

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