Magazine Luiza (MGLU3): As falas de Luiza Trajano que ajudaram a afundar ação

O papel do Magazine Luiza (MGLU3) voltou a cair forte neste sessão, com tombo 6,62%, a R$ 1,41, apesar do alívio na curva dos juros futuro.

Em cinco sessões, a ação derreteu 15% e agora está a R$ 0,40 de virar uma ‘penny stock’, ou seja, um papel que negocia abaixo do R$ 1.

Segundo analistas, a queda ocorreu em meio a repercussão negativa de falas da presidente do conselho de administração da companhia, Luiza Trajano.

Segundo informações do Estadão, em evento realizado na consultoria PwC, a empresária afirmou que a empresa está apanhando muito na bolsa porque “sempre acreditou em loja física”.

“O Magazine cresceu em crise e, quando a gente não cresce, a gente solidifica o crescimento. Crescemos muito nesses três, quatro anos, mais do que eu poderia até pensar, que a gente chegaria a faturar R$ 60 bilhões”, afirmou.

Além disso, Trajano disse que a fraude financeira da Americanas (AMER3) é “muito ruim” para o setor e que o episódio fez a Magalu melhorar procedimentos de auditoria interna.

Para Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos, o comentário pesa porque demostra uma estratégia pouco usual dentro do varejo brasileiro.

“Estamos vendo muitas empresas investindo no canal online. Esse comentário vai contra isso, traz um pouco de receio para essa estratégia que a empresa está adotando daqui para frente”, explica.

Wilson Domingues, sócio da Nexgen Capital, lembra ainda que a expectativa é que a empresa divulgue mais um balanço fraco.

“Os investidores estão realizando venda para buscar outras oportunidades no mercado”, discorre.

Luan Alves, analista chefe da VG Research, observa que o Magazine Luiza tem uma baixa geração de caixa e está em um ambiente muito competitivo, o que pressionou as margens e abalou o caixa da companhia nos últimos trimestres.

Procurado pelo Money Times, a empresa afirmou que não irá comentar.

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Magazine Luiza: Quando a recuperação vai chegar?

Ângelo Belitardo, gestor da Hike Capital, explica que não devemos observar uma recuperação consistente das ações enquanto o ROIC da Magazine Luiza permanecer abaixo do CDI atual, já que o custo de oportunidade da Renda Fixa torna-se cada vez mais relevante.

“Outra variável que vem pesando na cotação de suas ações é a potencial perda de market share da Magalu para players com uma estrutura de capital mais saudável, de presença global e com melhores expectativas de crescimento, já que trata-se de um setor com intensa competição”, coloca.

Para o gestor, é possível que a companhia precise fazer novos follow ons para melhorar sua estrutura de endividamento, o que pode causar oscilações nas ações, já que novas ações estão sendo ofertadas em um cenário de baixa liquidez para as ações.

“Por fim, apenas observaremos uma recuperação sólida no preço das ações em um cenário de queda nas curvas longas de juros, com a SELIC abaixo de 9% e inflação, especialmente dos preços administrados como a gasolina e energia, sob controle”, finaliza.