Magazine Luiza (MGLU3) anuncia unificação de vice-presidências da companhia

O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou ao mercado a unificação das vice-presidências da unidade de “Plataforma” e de “Negócios” da companhia, a fim de acelerar a evolução da plataforma digital. André Fatala assume a liderança dos negócios.
No comunicado divulgado nesta segunda-feira (10), a varejista destaca que seu e-commerce saltou de R$ 2 bilhões para R$ 46 bilhões em volume bruto de mercadorias (GMV) na última década, tendo como um dos responsáveis Eduardo Galanternick, que contribuirá com a transição anunciada.
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“A união das vice-presidências se dá em um momento em que muitos processos e decisões de negócios estão sendo automatizados e executados por sistemas de software, algoritmos e, principalmente, por modelos de inteligência artificial. André Fatala tem ampla experiência tanto no desenvolvimento quanto na aplicação desses sistemas”, diz o Magalu no comunicado.
Com a mudança, a estrutura do Magazine Luiza em duas vice-presidências fica da seguinte forma:
- Vice-presidência de “Plataformas”, liderada por André Fatala;
- Vice-presidência de “Varejo Lojas Físicas e Logística”, liderada por Fabricio Garcia, que mantém o foco na gestão da operação de varejo 1P (estoque próprio) do Magalu e na área de logística.
O JP Morgan esperam fraqueza das ações em reação ao anúncio, tendo em vista a saída de Galanternick, apontado como um executivo experiente e bem-conceituado, que liderou a plataforma de e-commerce da varejista.
O analista Joseph Giordano nota que o movimento ocorre em meio a uma competição crescente com outros nomes do setor, como Mercado Livre. O banco gringo permanece com sua classificação de venda para o Magazine Luiza.
Já na avaliação do Citi, a mudança foi considerada um “investimento contínuo” para a plataforma digital da empresa, enquanto a empresa reitera a prioridade em preservar margens. “O anúncio sugere maior, ou pelo menos contínua, alocação de capital para o marketplace“, escreverem os analistas em relatório.
Eles ainda afirmam que as mudanças acontecem no momento em que o negócio digital tem apresentado intensa competição entre players mais capitalizados, por exemplo, Mercalo Livre, Shopee e Amazon Brasil.
O Citi tem recomendação neutra/alto risco para as ações do Magazine Luiza, com preço-alvo de R$ 8 – o que representa um potencial de valorização de 1,8% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (7)
Às 10h45 (horário de Brasília), MGLU3 recuava 1,15%, a R$ 7,77. Acompanhe o tempo real.
Atual cenário para o Magazine Luiza
Na próxima quinta-feira (13), o Magalu divulga seu balanço referente ao quarto trimestre de 2024 (4T24), fechando a fotografia do ano anterior.
O atual cenário da companhia engloba a conjuntura macroeconômica desfavorável, com um período de taxas elevadas de juros pela frente.
Vale lembrar que no dia 19 de março ocorre a divulgação de mais uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Para esta reunião, está contratada desde o fim de 2024 mais uma alta de 1 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que deve chegar a 14,25%.
Em relatório datado em 6 de março, o JP Morgan rebaixou a sua classificação para o Magazine Luiza de neutra para underweight, equivalente à venda, com preço-alvo de R$ 7,50, ante R$ 11,50 anteriormente.
O banco está posicionado no varejo de maneira a evitar nomes altamente alavancados, considerando as perspectivas macroeconômicas no Brasil que contribuem para alta volatilidade no setor.
Os analistas ponderam que o varejo online ainda é muito pouco penetrado no Brasil, o que deve melhorar no futuro, permitindo que nomes como o Magazine Luiza capturem o crescimento robusto do setor nos próximos anos antes de uma grande consolidação da indústria.
“Ainda assim, macro difícil e consumidores pressionados devem ser ventos contrários relevantes para a demanda por itens duráveis de alto valor”, colocam.