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Magazine Luiza (MGLU3): Ação tomba mais 5% e chega na mínima de 6 anos; o que fazer?

02 out 2023, 17:50 - atualizado em 03 out 2023, 11:39
Magazine Luiza
Fabio Louzada, analista e fundador da Eu me banco, lembra que os investidores não estão confiantes no papel já tem algum tempo (Imagem: Divulgação)

A ação do Magazine Luiza (MGLU3) tombou mais 5% na sessão desta segunda-feira (2), a R$ 2,02. Trata-se do menor valor desde dezembro de 2017, superando o momento ruim do papel no ano passado, quando a taxa de juros (Selic) disparou para 12,75%.

Nesta sessão, a vilã, para variar, foi a alta dos juros futuro, que acompanhou a disparada dos rendimentos dos Tesouros Americanos.

“O mercado, em sua totalidade, está sob um expressivo sentimento de aversão ao risco, muito em razão da mudança de perspectiva recente no exterior”, explica Luis Novaes, analista da Terra Investimentos.

Para ele, a sinalização do Federal Reserve (banco central americano) de juros altos por um tempo maior do que era previsto anteriormente gerou um grande impulso nos juros futuros americanos e tornou menor a probabilidade de “pouso suave” da economia americana diante do aperto monetário cumulativo. Como efeito disso, os juros locais também foram impulsionados.

Fabio Louzada, analista e fundador da Eu me banco, lembra que os investidores não estão confiantes com o papel há algum tempo.

“Empresa vem apresentando resultados ruins nos últimos balanços e o mercado não parece ver uma perspectiva de melhora. Os juros ainda altos trazem ainda mais incertezas em relação ao consumo da população dentro do setor de varejo”, argumenta.

Procurado pelo Money Times, o Magazine Luiza afirmou que não se manifestará.

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O que fazer com Magazine Luiza?

Mesmo com o cenário adverso, a Terra recomenda o papel do Magazine Luiza, considerando o atual valor de mercado e uma perspectiva de longo prazo, “mas optamos por escolha mais defensivas no curto prazo”.

Em relatório recente, o BB Investimentos destaca que o Magazine Luiza entregou no segundo trimestre números aquém das estimativas por ocasião de despesas não recorrentes pressionando a rentabilidade.

Porém, mesmo enfrentando um momento desafiador, a empresa realiza esforços para otimizar suas operações, o que é bem-vindo para o BB.

“Ainda que no curto prazo esse movimento implique em despesas relacionadas ao aprimoramento de estrutura que, combinadas com vendas mais mornas de bens duráveis, pressiona a rentabilidade da companhia, o Magazine Luiza vem buscando equilibrar essa pressão com investimentos no seu marketplace”, diz a casa.

Levando isso em consideração, além do potencial de valorização e da expectativa de gradual melhoria das vendas com a redução da taxa de juros, o BB reafirma sua recomendação de compra. O preço-alvo, no entanto, caiu de R$ 4,20 para R$ 3,70 ao fim de 2024.

Enquanto isso, o Magazine Luiza deixou de ser recomendação da Empiricus Research neste mês. A exclusão na carteira recomendada de ações ocorre após três meses presente no portfólio.

Ao Giro do Mercado, o analista Fernando Ferrer explica que a saída de Magazine Luiza se deu por conta de um contexto competitivo ainda desafiador para a companhia.

O analista acredita que a recuperação da varejista pode demorar um pouco mais para acontecer, embora entenda que a empresa deve entregar um desempenho melhor daqui para frente.

Com Diana Cheng