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Magazine Luiza (MGLU3): Ação pode cair mais, mesmo após forte correção?

15 mar 2022, 12:18 - atualizado em 15 mar 2022, 12:18
Magazine Luiza
O Magazine Luiza apresentou prejuízo líquido ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021 (Imagem: Money Times/ Gustavo Kahil)

As ações do Magazine Luiza (MGLU3) despencaram quase 80% nos últimos 12 meses, acompanhando a aversão do mercado a ativos ligados ao varejo, incluindo e-commerce, em meio à deterioração do cenário macroeconômico brasileiro.

Nesta terça-feira (15), os papéis do varejista dão seguimento à forte trajetória de baixa de ontem e são o destaque de queda no Ibovespa. Às 12h10, a companhia despencava quase 7%, cotada a R$ 4,96, depois de divulgar resultados trimestrais fracos.

O Magazine Luiza apresentou prejuízo líquido ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021, revertendo o lucro de R$ 232,1 milhões reportado em igual período de 2020.

O resultado negativo veio pior que o esperado. O BTG Pactual (BPAC11), por exemplo, esperava que a companhia mostrasse prejuízo de R$ 14 milhões no período.

No acumulado do ano, o lucro totalizou R$ 114,2 milhões, representando uma queda de quase 70% sobre 2020.

Além disso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado encolheu mais de 50% nos últimos três meses do ano passado por maior desalavancagem operacional e impacto por maiores provisões na LuizaCred, a R$ 243,5 milhões. A margem recuou 2,6 pontos percentuais e atingiu 2,6%.

O fundo do poço é… mais fundo?

Na avaliação do BTG, mesmo que os resultados do Magazine Luiza tenham vindo fracos como esperado, as ações devem continuar sob pressão nos próximos meses, mesmo após a correção.

A avaliação mais negativa para a companhia se deve à perspectiva top-down mais dura, puxando as estimativas para baixo.

Apesar da tese estrutural positiva para o e-commerce, analistas veem muito ruído de curto prazo para o segmento.

Segundo Luiz Guanais, Gabriel Disselli, Victor Rogatis e Luiz Temporini, que assinam o relatório divulgado nesta terça-feira (15), existem três principais preocupações (além da inflação e dos juros) que têm pesado sobre o desempenho das ações e que devem persistir no curto prazo:

  • desaceleração do e-commerce local, principalmente para eletrônicos e players 1P;
  • concorrência de players nacionais e internacionais (mais descontos, subsídios e CAC crescente); e
  • preocupações com a sustentabilidade das margens para players de e-commerce, dada a perspectiva competitiva à frente.

Para o Itaú BBA, faltam gatilhos de curto prazo para uma retomada das ações – pelo menos até este momento.

Analistas da instituição lembram que, ao longo dos últimos dois meses, o Magazine Luiza foi favorecido por um cenário incomum que impulsionou os números da companhia e seus resultados.

“Agora que esse cenário se normalizou, vemos a companhia sofrendo os impactos de uma comparação mais difícil e com necessidade de reajustar sua estrutura corporativa para um cenário de operações mais normalizado”, comentam Thiago Macruz, Helena Villares, Maria Clara Infantozzi e Felipe Amancio, em relatório divulgado ontem à noite.

Apesar de tudo, rating de compra reiterado

Mesmo com a divulgação de resultados decepcionantes, tanto o BTG quanto o BBA têm recomendação de compra para o Magazine Luiza.

O preço-alvo sugerido pelo BTG é de R$ 16, o que implica um potencial de valorização de 200% em relação ao último fechamento.

O preço justo estimado pelo BBA é de R$ 12.

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