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Magazine Luiza, Méliuz e Via começam o ano como terminaram: derretendo

03 jan 2022, 17:30 - atualizado em 03 jan 2022, 18:52
Varejistas voltam a ser castigadas na Bolsa e começam ano em queda (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Os papéis das varejistas da Bolsa começaram 2022 com o pé esquerdo: as ações do Magazine Luiza (MGLU3) caíram 6,93%, Méliuz (CASH3) tombou 5,8% e Via (VIIA3), 5,14%.

Mais cedo, o Boletim Focus, que reúne o consenso de 100 economistas, divulgou projeção de IPCA, principal termômetro para a inflação, de 5,03% para o final de 2022, bem acima da meta oficial, que é de 3,75% com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Em relação à política monetária, segue a expectativa de que a Selic encerre 2022 a 11,50% e 2023 a 8%

A elevação prejudica o setor de varejo, já que corrói o poder de compra dos consumidores. Essa foi uma das principais causas para a derrocada das ações no ano passado: Magazine Luiza e Americanas lideraram as perdas do Ibovespa em 2021, derretendo mais de 70%.

O que esperar para 2022?

Apesar do cenário turbulento, o BB Investimentos está otimista com os papéis de varejo.

A corretora publicou relatório em que lista suas ações preferidas para o próximo ano. 

“Ao nosso ver, apesar dos dados indicarem um consumo pressionado no curto prazo, entendemos que as perspectivas de melhoria gradual da economia, em especial a partir do segundo semestre, devem favorecer os papéis que ficaram excessivamente descontados em 2021, notadamente aqueles relacionados a bens duráveis e semiduráveis”, afirma.

A analista Geórgia Jorge projeta uma alta de 140% para Americanas e 244% para o Magazine Luiza.

“Como o Magazine Luiza, a Americanas vem investindo fortemente na expansão do sortimento de produtos, logística omnicanal, soluções financeiras aos clientes e serviços aos vendedores do marketplace”, explica.

Em entrevista ao Money Times, um gestor que prefere não ser identificado vê a queda dos papéis como exagerada.

Ele lembra que o Magazine Luiza cresceu 120% no ano passado e comenta que, por mais que o ritmo tenha desacelerado em 2021, é legítimo “dar o benefício da dúvida” para a companhia.

“Em momentos de estresse, as pessoas esquecem do que foi a execução da empresa, da história da companhia”, sublinha.

Ele destaca que a varejista saiu de 6% de participação de mercado no e-commerce em janeiro de 2017, para os atuais 17%.