Magazine Luiza e B2W são os únicos vencedores claros no e-commerce, diante do coronavírus
Após uma rodada de consultas com especialistas em varejo online, o BTG Pactual concluiu que a pandemia de coronavírus deve acelerar a consolidação do e-commerce no Brasil. Mas, ao contrário de outros países, como a China, por aqui, a migração beneficiará poucas empresas.
Luiz Guanais e Gabriel Savi, que assinam a análise do BTG Pactual, observam que esse movimento será marcado por algumas características. A primeira é a aceleração nas últimas semanas, em resposta ao fechamento de lojas físicas determinadas por governadores e prefeitos para conter a pandemia.
O segundo é são as diferenças de desempenho entre as várias categorias de produtos. A dupla cita os resultados recentes dos EUA, onde as vendas de calçados e vestuário despencaram 37% em um único dia – 11 de março.
Em contrapartida, empresas mais generalistas, como supermercados, elevaram as vendas em 50%, também em um único dia – 13 de março.
Diferenças
No Brasil, o BTG Pactual observa que não há indícios de que o salto nas vendas online, de fato, ocorreu. Com base em informações da operadora de meios de pagamento Elo, o banco informa que, no geral, as vendas online recuaram 35% nas últimas semanas de março, comparadas com os mesmos períodos de janeiro e fevereiro.
Por enquanto, o único segmento que realmente cresceu foi o de alimentação, na medida em que muitas lanchonetes e restaurantes passaram a vender refeições pela internet, já que estão proibidos de servi-las no estabelecimento.
Além disso, ao contrário da China, onde o e-commerce já está bem estabelecido e caracterizado por fornecedores verticais, como o Alibaba, que vendem de comida a pneus, por aqui, a tendência é investir no chamado omnichannel, isto é, uma rede de varejo fundindo suas operações online e offline.
Nesse sentindo, o BTG Pactual enxerga apenas dois vencedores claros dessa corrida: o Magazine Luiza (MGLU3) e a B2W (BTOW3).
Entre os motivos, está o fato de que outras grandes varejistas estão se unindo aos canais e marketplaces criados por essas empresas, para acelerar sua própria migração para o online. A Via Varejo (VVAR3), por exemplo, está com a B2W. A Arezzo (ARZZ3) uniu-se à B2W e ao Magazine Luiza.