Magazine Luiza desaba 18% e tem pior sessão desde o início da pandemia
O Magazine Luiza (MGLU3) liderou as perdas do Ibovespa nesta sexta-feira (12), com um recuo de 18,32%, a R$ 11,15, após a empresa divulgar o balanço do terceiro trimestre deste ano.
O desempenho marcou a pior queda diária desde 18 de março, início da pandemia, quando o papel da varejista caiu 19%.
Com balanço, a empresa confirmou as expectativas que em parte estavam sendo precificadas pelos investidores, de um impacto da alta de juros e da inflação sobre as vendas — as ações da companhia já caem 50% no acumulado desde janeiro.
Nesta semana, a Via (VIIA3), dona da Casas Bahia, informou uma queda de 14,3% no desempenho das lojas físicas, em um reflexo da queda do fluxo nas lojas, além de divulgar uma previsão bilionária.
A Via e o Magazine Luiza dependem mais da venda de produtos de ticket médio mais elevados, como eletrodomésticos. Ou seja, ambas estão mais expostas a uma economia com inflação e juros em patamares bastante elevados.
Para a Genial Investimentos, a ação do Magazine Luiza ainda pode subir 31,87%, mas a corretora tem recomendação de “manutenção” para os papéis.
Os analistas da casa destacaram que a varejista apresentou uma queda de 8% na receita e recuo de 14,6% no critério de ‘venda mesmas lojas’.
“Representando menos de um terço das vendas totais consolidadas, essa queda não foi suficiente para apagar o aumento de 12% do GMV total da companhia”, disseram
Eles ponderaram que, com a maior participação do e-commerce e o aumento dos custos advindos da piora do cenário macro, as margens ficaram pressionadas e houve uma queda de rentabilidade nos indicadores operacionais.
Queda no lucro
O Magazine Luiza teve lucro ajustado de julho a setembro de R$ 22,6 milhões, quase 90% de queda ante os 215,9 milhões reportados um ano antes.
Como reflexo do contínuo ganho de participação dos canais digitais nas vendas, a margem bruta ajustada da companhia caiu 1,5 ponto percentual ano a ano, para 24,7%.
O resultado operacional do grupo medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 37,5% no comparativo anual, a 351 milhões de reais. A margem Ebitda caiu de 6,8% para 4,1%.