Magalu (MGLU3), Mercado Livre (MELI34) ou Casas Bahia (BHIA3): Quem será a ganhadora no 3T25?
A temporada de balanços do terceiro trimestre de 2025 (3T25) já começou a se intensificar e, nesta quarta-feira (29), o Mercado Livre (MELI34) abre o período para as varejistas do e-commerce. Em um trimestre com um cenário competitivo mais acirrado, o Safra espera que a gigante argentina se destaque no segmento em termos de crescimento.
Apesar disso, os analistas do banco notam que o Meli deve registrar uma margem Ebit (lucro antes de juros e impostos) menor em relação ao ano anterior, mesmo com uma base de comparação facilitada, já que o terceiro trimestre de 2024 foi impactado negativamente pela abertura de centros de distribuição.
Por outro lado, os outros dois grandes nomes do setor, Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3), devem registrar crescimento modesto, com margens Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ligeiramente maiores e estáveis.
- CONFIRA: Está em dúvida sobre onde aplicar o seu dinheiro? O Money Times mostra os ativos favoritos das principais instituições financeiras do país; acesse gratuitamente
A XP Investimentos espera resultados semelhantes aos do segundo trimestre, com crescimento da receita ainda pressionado, mas com Casas Bahia apresentando tendências ligeiramente melhores que o Magalu.
Em relação ao Mercado Livre, os analistas da XP ponderam que os investimentos crescentes devem se traduzir em uma aceleração do GMV (volume bruto de mercadorias) no Brasil, mas com Ebit ainda pressionado.
Magalu
Sobre o Magazine Luiza, a equipe de analistas do Safra aponta que a eficiência das despesas com SG&A (Despesas com Vendas, Gerais e Administrativas) estão em destaque.
Nas contas do banco, o Magalu deve reportar R$ 9,3 bilhões em vendas, o que representa um avanço de 3% em base anual, impulsionado pelo crescimento de lojas físicas, de 5% em comparação anual, embora o canal enfrente comparações difíceis após avanço de 14% no 3T24.
O desempenho, no entanto, deve ser quase totalmente compensado pelo desempenho negativo do 3P (marketplace), devido a um cenário competitivo mais acirrado, e pelo 1P (venda direta) estável, uma vez que o segmento de eletrônicos e eletrodomésticos permanece sob pressão.
A projeção do Safra é de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 727 milhões.
Já o lucro líquido deve totalizar R$ 4 milhões no trimestre, contra um lucro de R$ 70 milhões no mesmo período do ano anterior, devido a maiores despesas financeiras impulsionadas pelo aumento das taxas de juros.
Mercado Livre
Para o Mercado Livre, o Safra avalia que as dificuldades de crescimento estão afetando as margens.
A receita líquida deve chegar a US$ 7,3 bilhões, um aumento de 37% em relação ao ano anterior, sustentada pelo crescimento de 28% no e-commerce e de 51% na fintech.
Em termos de lucro operacional, o banco espera uma leve pressão na margem devido aos maiores custos e despesas necessários para sustentar o crescimento da empresa, principalmente relacionados ao limite de frete grátis, despesas de marketing e maiores provisões relacionadas à fintech.
O Ebit deve ficar em US$ 742 milhões, um aumento de 33% em relação ao ano anterior. O Safra espera um lucro líquido de US$ 494 milhões, crescendo em um ritmo mais lento (+25% em relação ao ano anterior) devido a uma alíquota de imposto de renda mais alta.
Casas Bahia
Por fim, sobre Casas Bahia, o Safra observa uma melhoria sequencial no desempenho. A estimativa é de um crescimento de 6% na receita líquida em relação ao ano anterior, sustentado por:
- Crescimento de 6% em relação ao ano anterior em lojas físicas;
- Aumento de 14% em relação ao ano anterior em 3P (marketplace), impulsionado por um GMV mais alto, refletindo um sortimento mais amplo e maior número de vendedores;
- Aumento de 7% em 1P (vendas diretas) após alguns trimestres de ajustes de sortimento.
“Apesar da melhora operacional, esperamos um prejuízo líquido de R$ 438 milhões, principalmente devido a maiores despesas financeiras”, estima o Safra.