Magalu (MGLU3): Luiza Trajano errou? Briga pelo corte da Selic não pega bem para varejista, diz analista
Luiza Trajano, do Magalu (MGLU3), está empenhada em fazer acontecer uma redução de juros no Brasil. A empresária vem pressionando há alguns meses o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pela queda na taxa Selic.
No fim de maio, em um seminário promovido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Trajano mencionou que esperava, pelo menos, um sinal de queda. Na época, a executiva destacou que se o juro não cair, nada acontece. “Se não fizer o curto prazo, o longo prazo não vai existir”.
Em outro evento, dessa vez, promovido pelo Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Trajano afirmou que tentou ligar “mais de vinte vezes” para Campos Neto, para discutir a questão. O último impulso da executiva para a redução dos juros foi criar um abaixo-assinado pedindo o corte.
Os esforços de Trajano ao redor deste tema acontecem porque, com os juros altos, as empresas de varejo não conseguem contrair uma dívida barata, então fica caro entregar o crescimento que esperam delas. A análise veio do especialista do Valor Investimentos, Felipe Leão.
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Magalu: abaixo-assinado foi a melhor ideia?
Leão disse ao Money Times que, na imprensa, o tom da notícia do abaixo-assinado “vai mais contra a empresa, do que ajuda, porque Campos Neto é bem enfático nisso: o BC toma suas decisões estritamente com base técnica”.
O analista disse ainda que os responsáveis por este tema não estão ali levando em consideração se as empresas do varejo estão passando por um momento difícil. Além disso, também não estão ali para beneficiar setor algum, mas sim conduzir a política de forma adequada e de acordo com as metas de inflação e juros.
“Se a gente for olhar por outro lado, tem setores que se beneficiam dos juros altos e, em contrapartida, as empresas do varejo passam por momentos difíceis”, explica.
O analista avaliou ainda que o BC está fazendo um papel neutro, e não sabe dizer se o abaixo-assinado de Trajano vai fazer alguma diferença nas decisões de Campos Neto nas próximas reuniões.