Relações Internacionais

Maduro tentará a sorte e invadirá o Brasil, rumo à Guiana? “Não vai passar”, diz ministro

11 dez 2023, 18:04 - atualizado em 11 dez 2023, 18:04
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Vai encarar? José Múcio, ministro da Defesa do Brasil manda recado a Nicolás Maduro, da Venezuela, sobre invasão da Guiana (Imagem: Facebook/ Nicolás Maduro)

O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou que o Brasil não permitirá, “em hipótese alguma”, que a Venezuela atravesse seu território para invadir a região de Essequibo, na Guiana. Múcio acrescentou que o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, cometerá uma “insensatez”, se levar adiante seu plano de anexar esse território.

O ministro deu as declarações, durante almoço com jornalistas nesta segunda-feira (11), na sede da Marinha em Brasília. “Eles [os venezuelanos] chegarão à Guiana, se passassem pelo Brasil, e nós não vamos permitir em hipótese alguma”, afirmou Múcio, segundo o jornal O Globo. “Não vai passar”, sublinhou.

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Ainda de acordo com o jornal, Múcio considerou ruins todas as alternativas de Maduro para anexar Essequibo, que representa cerca de 70% do território guianês e é rico em petróleo e minerais. O ministro lembrou que uma invasão por mar colocaria as tropas venezuelanas diante de um território “inóspito”, uma “floresta gigantesca” e uma topografia que “é uma catástrofe”. E arrematou: “não dá para chegar por lá [por mar].”

O mesmo problema ocorre com uma invasão direta dos mais de 700 quilômetros de fronteira entre Venezuela e Guiana, já que as tropas de Maduro enfrentariam a mesma floresta densa e a mesma topografia adversa.

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Roraima é atalho para a Venezuela invadir a Guiana, só que não

A opção mais viável seria atravessar o Estado de Roraima, que faz fronteira com os dois países e conta com uma estrada que liga os dois lados. Nesse caso, as forças venezuelanas entrariam no Brasil pela cidade de Pacaraima, e sairiam pelos municípios de Normandia e Bonfim, na fronteira com Essequibo, justamente, a região guianesa cobiçada por Maduro.

O ministro classificou a escalada de Maduro como “manobra política” para mobilizar eleitores, com vistas a conquistar um novo mandato em 2024. Segundo o jornal Valor Econômico, que também participou do almoço com Múcio, as Forças Armadas brasileiras reforçaram seu contingente na região, e contam, agora, com 20 blindados e 150 soldados, números que ainda devem crescer.

O ministro ainda alertou para as repercussões internacionais que uma eventual invasão da Guiana provocaria. Ele  observou que, além dos países sul-americanos, o conflito também atingiria os Estados Unidos, já que os direitos de prospecção do petróleo de Essequibo pertencem a empresas americanas.

“Temos esperança que ele [Maduro] não vá comprar uma briga desse tamanho”, disse Múcio. “Seria uma insensatez.”