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Madero vale mais de R$ 3,5 bilhões, de acordo com CEO; a rede volta a mirar em IPO

26 mar 2024, 14:24 - atualizado em 26 mar 2024, 14:24
Madero volta a mirar em IPO; de acordo com o CEO, a companhia vale mais de R$ 3,5 bilhões
(Imagem: Facebook/Madero)

O Grupo Madero anunciou a possibilidade de antecipar o plano de expansão de 2025 para 2024. O anúncio ocorreu após a companhia cumprir com os compromissos com bancos credores, em 2023, para a gestão e reestruturação da dívida de R$ 1 bilhão. A rede de restaurantes deve seguir esse caminho, caso seja bem-sucedida em realizar seu IPO (oferta pública de ações).

A oferta, contudo, depende do aval do fundo americano Carlyle e dos bancos coordenadores da operação. Além disso, os envolvidos aguardam uma retomada de melhores condições do mercado de capitais para testar o desempenho dos papéis da empresa.

O fundador do Madero e do Jeronimo, chef Junior Durski, em entrevista a Bloomberg Línea, afirmou que, em um eventual IPO, a empresa tem condições de buscar um valuation acima de R$ 3,5 bilhões. A cifra  representaria um múltiplo de, aproximadamente, 7x o Ebitda projetado.

Durski também destacou que na última tentativa de IPO, em 2021, alguns bancos acreditavam que o valor de mercado do Grupo Madero seria de R$ 3,5 bilhões.

“Em 2021, o Madero não tinha reestruturado as dívidas como hoje”, disse o CEO à Bloomberg Línea. “Estamos aumentando a geração de caixa a cada trimestre. Cumprimos todos os covenants [limites de alavancagem] no ano passado. O fluxo de clientes nos restaurantes está próximo de voltar ao período pré-pandemia. Não tem motivo para o Madero valer menos do que R$ 3,5 bilhões”, acrescentou.

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IPO do Madero enfrenta ceticismo do mercado

Apesar disso, segundo a Bloomberg, um analista de banco, que pediu para permanecer anônimo, afirmou que o patamar de valuation defendido por Durski pode ser considerado “irrealista” e “exagerado” neste momento. A situação financeira da companhia ainda segue incerta devido ao endividamento.

Em comparação com os pares, o Grupo Madero não teria este valor, segundo a fonte da Bloomberg, que lembra que a Arcos Dorados (franqueadora do McDonald’s no Brasil) vale cerca de US$ 2,5 bilhões na Bolsa de Nova York. Já para Zamp, operadora do Burger King e Popeyes, o valor está em R$ 1,2 bilhão.

O IPO mudaria limite de endividamento

Também falando à Bloomberg, Ariel Szwarc, CFO do Madero, destacou o rigor na gestão de caixa, além da busca por melhorias de eficiência operacional. No 4T23, a rede de restaurantes registrou um investimento interno de R$ 16,1 milhões, tendo uma redução de 46,6% em relação ao valor em 2022.

“O foco de curto prazo ainda é aumentar na geração de caixa, melhorar a eficiência e reduzir o endividamento. Só devemos retomar um plano de expansão a partir do segundo trimestre de 2025”, destacou Szwarc.

Caso o Grupo Madero conclua o IPO, a empresa ficará livre de seus compromissos com os credores e poderá aumentar a dívida bruta para além de R$ 1,2 bilhão, cerca de R$ 200 milhões acima do atual patamar, sem o risco de um pedido de execução antecipada. Ainda de acordo com o CFO, a outra condição para elevar o endividamento acima de R$ 1,2 bilhão é que o nível de alavancagem recue para 1,80x (187x em 2023).

Por fim, o Madero realizou o pré-pagamento das notas comerciais em favor do BTG Pactual, um dos quatro principais bancos credores. O grupo também inclue Bradesco, Itaú Unibanco e Banco do Brasil.

*Com informações da Bloomberg Línea