Internacional

Macron batalha para salvar maioria parlamentar e agenda de reformas

12 jun 2022, 18:01 - atualizado em 13 jun 2022, 11:12
Macron
A expectativa é de que o bloco de coalizão de Macron conquiste entre 270 a 310 assentos no Parlamento (Imagem: Facebook/Emmanuel Macron)

O presidente da França, Emmanuel Macron, pode perder sua maioria absoluta no Parlamento e a capacidade de levar adiante sua agenda de reformas econômicas com liberdade após forte desempenho de uma nova aliança de esquerda no primeiro turno de votação.

A aliança de centro de Macron e a coalizão Nupes liderada pelo veterano de esquerda Jean-Luc Mélenchon obtiveram cada 26% dos votos em meio a abstenções recordes no domingo, embora seja o segundo turno de 19 de junho que determinará a divisão de assentos.

O instituto Elabe projetou que a aliança Ensemble! de Macron ganhará entre 260 e 295 assentos na Assembleia Nacional –sendo que a marca para uma maioria absoluta foi estabelecida em 289– e que o bloco de esquerda garantirá entre 160 e 210 assentos, um grande aumento em relação a 2017.

“Venha votar no próximo domingo para rejeitar a política maligna de Macron”, tuitou Mélenchon após a votação de domingo.

Se a aliança de centro de Macron perder sua maioria absoluta no segundo turno, o presidente será forçado a fazer pactos projeto por projeto com grupos de centro-direita ou centro-esquerda que rejeitam se alinhar com Mélenchon.

Também poderia desencadear uma remodelação do gabinete.

O que está em jogo é a capacidade de Macron de aprovar reformas, incluindo uma reforma previdenciária contestada que faria os franceses trabalharem por mais tempo, uma mudança que o ex-banqueiro de investimentos diz ser necessária para garantir ordem de longo prazo às finanças públicas.

Seus oponentes de esquerda estão pressionando para reduzir a idade de aposentadoria e lançar uma grande campanha de gastos, já que a inflação crescente eleva o custo de vida e corrói os salários. Mélenchon classifica Macron como um liberal econômico que protege as famílias ricas e não as pobres.

A primeira-ministra Elisabeth Borne defendeu a atuação do partido governista no domingo.

“Ao contrário das palavras do senhor Mélenchon, que realmente tem um problema com a realidade, somos a força política que tem mais candidatos no segundo turno, há candidatos da maioria presidencial em três quartos dos círculos eleitorais, e vamos mobilizar esta semana para ganhar uma maioria clara e forte”, disse ela a repórteres em seu distrito eleitoral de Calvados.

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(Atualizada 13/06 às 11:12)