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M. Dias Branco (MDIA3): ação pode disparar mais de 90% ou ser abatida pelo trigo na guerra

22 mar 2022, 15:07 - atualizado em 22 mar 2022, 15:16
M. Dias Branco MDIA3
Na opinião de analistas, os preços elevadíssimos do trigo não são sustentáveis e assim a ação da M. Dias Branco (MDIA3) reserva baita potencial de valorização (Imagem: Divulgação/M. Dias Branco)

As ações da M. Dias Branco (MDIA3), fabricante de massas e biscoitos, operam em alta de quase 5% nesta terça-feira (22), bem acima do desempenho do Ibovespa (IBOV). Ainda assim, os analistas estão divididos em relação à performance da companhia de alimentos daqui em diante.

De um lado, a Ágora Investimentos recomenda a compra da M. Dias Branco, com preço-alvo de R$ 40, o que implica potencial de valorização de 93% nos próximos 12 meses, levando em conta o último valor de fechamento a R$ 20,67.

Na outra extremidade, analistas do BTG Pactual adotam classificação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 25, sinalizando que os custos da guerra no Leste Europeu já começam a bater na porta da companhia brasileira diante da disparada de preços do trigo no mercado internacional.

Cerca de 65% dos custos totais da M. Dias Branco são commodities agrícolas, como trigo e óleo vegetal. Desde o início do conflito armado entre Rússia e Ucrânia, o trigo já subiu quase 50%, superando a cotação atingida em março de 2008, de US$ 12,83, naquele momento de boom das commodities.

Apesar da maior parte do trigo importado pelo Brasil ser argentino, as tensões entre dois importantes produtores mundiais do grão mexe com as cotações, encarecendo a cadeia produtiva de fabricantes de alimentos.

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Entre a cruz e a espada

Guerra na Ucrânia provocou a disparada dos preços do trigo no mercado internacional, o principal insumo da M. Dias Branco (Imagem: Divulgação via Reuters)

A ação teve um desempenho inferior ao Ibovespa (IBOV) em 27% no acumulado do ano, já que os preços das commodities subindo com a guerra na Ucrânia levantaram preocupações sobre a pressão de margem para M. Dias Branco.

Ainda assim, analistas da Ágora não abriram mão de sua tese de investimento no agronegócio.

“Não mudamos nossa visão fundamentalmente baixista sobre os preços das commodities agrícolas, que está fora de consenso, e a visão otimista sobre a M. Dias Branco, pois não achamos que esses altos preços spot das commodities agrícolas sejam sustentáveis”, afirmam Leandro Fontanesi e Ricardo França.

Já o BTG enfatiza que as pressões de custos de produção já começam a pesar à fabricante de massas e biscoitos.

“A nova estratégia comercial ainda não rendeu os benefícios que pretende alcançar, em nossa opinião. Lucros menores se aproximam, já que o momento permanece sombrio”, comenta o banco.

No quarto trimestre de 2021, a companhia reportou lucro líquido de R$ 151,1 milhões, queda de 27,7% no comparativo anual, e aposta em sua estratégia de estoques enquanto monitora o conflito na Ucrânia, que afetou os preços de seu principal insumo, o trigo.

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