M.Dias Branco lucra com reajuste de preços na hora certa
O lucro de R$ 152 milhões da M.Dias Branco (MDIA3) no segundo trimestre, crescimento de 51% em relação ao mesmo período, ganhou elogios da Planner em relatório enviado ao mercado nesta segunda-feira (18).
De acordo com o analista Victor Luiz de F Martins, a empresa apresentou um resultado trimestral consistente, apesar do cenário de pandemia e seus reflexos sobre a economia.
“O balanço refletiu a estratégia de crescimento nos mercados de atuação, a criação de novas categorias e o fortalecimento das exportações”, afirmou.
Um dos pontos destacados pelo analistas refere-se a receita líquida, que somou R$ 1,9 bilhão, com crescimento de 22,2%, reflexo do aumento de 2,7% no preço médio dos produtos e de 19,0% dos volumes, com destaque para 14,2% em biscoitos, 37,4% em massas e 17,5% em farinha e farelo de trigo.
A M.Dias Branco sinalizou ainda que está avaliando novo reajuste devido o cenário de câmbio e o aumento dos custos dos seus principais insumos.
As exportações, foco estratégico da companhia, somaram R$ 65 milhões no período ante os R$ 25,1 milhões do primeiro trimestre, com destaque para as vendas na América do Sul, América Central e EUA.
Já a participação de mercado (market share) em biscoitos subiu de 33,3% no primeiro trimestre para 34,5% no segundo trimestre, com destaque para a forte recuperação no segmento de massas que se elevou de 31,7% para 34,9% nesta base de comparação.
“Importante destacar que a companhia segue líder absoluta nestes dois segmentos, e que a ampliação de 1,2 ponto percentual no mercado de biscoitos se deu com crescimento em todas as regiões do Brasil”, observa Martins.
Ao todo, 19 marcas da companhia apresentaram crescimento, com destaque para a Piraquê, adquirida em maio de 2018, “detentora de produtos de maior valor agregado, e que vem apresentando boa evolução na captura de sinergia”, argumentou.
A geração de caixa, medido em Ebitda, teve um incremento de 23,5%, para R$ 225,6 milhões, com ganho de 0,2 ponto percentual na margem Ebitda, que passou de 11,8% para 12%.
“Esta leve expansão de margem pode ser explicada por um mix mais favorável, controle de despesas, maior diluição dos custos fixos, que compensaram a alta dos custos dos insumos cotados em dólar (trigo e farinha de terceiros)”, afirmou.
Recomendação
Para o terceiro trimestre, a Planner espera que a companhia possa realizar com sucesso os repasses de preços em linha com a estratégia de incremento de lucratividade e expansão de vendas em sua área de ataque (Sul e Sudeste), regiões com maior poder aquisitivo.
A corretora manteve o preço-alvo de R$ 45, potencial de valorização de 23,9%, e recomendação de compra.