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M. Dias Branco normaliza volumes, mas participação de mercado volta a nível pré-Piraquê

09 mar 2020, 16:23 - atualizado em 09 mar 2020, 16:34
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O Ebitda da empresa, que mede a geração operacional de caixa, subiu 52,3% no trimestre e atingiu R$ 289,2 milhões (Imagem: YouTube/M. Dias Branco)

O lucro líquido da M. Dias Branco (MDIA3) cresceu 89,5% no quarto trimestre de 2019 ante o mesmo intervalo de 2018, de acordo com o balanço divulgado pela companhia na última sexta-feira (6).

O BB Investimentos destacou que, pela primeira vez no ano, a tendência de queda para o segmento de biscoitos e bolachas foi revertida, com os volumes e preços médios aumentando 2 e 3%, respectivamente.

A empresa registrou alta de 7,2% na receita líquida do período, totalizando R$ 1,6 bilhão. O Ebitda, que mede a geração operacional de caixa, subiu 52,3% e atingiu R$ 289,2 milhões.

“Os resultados surpreendentes podem ser um sinal de que a execução da empresa ganhou força, em nossa opinião, depois de revisar sua estratégia ao longo de 2019”, pontuou a analista Luciana Carvalho.

O BB, no entanto, esperará para ver se o desempenho seguirá consistente, dado o cenário desafiador em termos de consumo e custos por conta da alta do trigo e da valorização do dólar.

“A ação está sendo negociada a um múltiplo de 16,1 vezes o preço sobre o lucro, em linha com sua média histórica de dois anos. Tudo considerado, mantemos nosso preço alvo para dezembro de 2020 em R$ 45 e a recomendação de marketperform”, completou Carvalho.

Perda de participação de mercado

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A participação de mercado nas categorias de cookies e macarrão caíram novamente para, respectivamente, 32,2 e 32,9% – níveis pré-aquisição da Piraquê (Imagem: YouTube/M. Dias Branco)

O balanço também trouxe números negativos. A participação de mercado nas categorias de cookies e macarrão caíram novamente para, respectivamente, 32,2 e 32,9% – níveis pré-aquisição da Piraquê.

“A administração argumentou que isso se deve pelo fato dos volumes de sell-out não terem refletido integralmente a normalização dos volumes de sell-in, mas acreditamos que isso não justifica uma possível recuperação de mercado relevante pela frente”, afirmaram Thiago Duarte e Henrique Brustolin, do BTG Pactual. “A questão agora é saber se a M. Dias Branco está disposta a abdicar ou não da perda de fatia para recompor as margens”.

Com a normalização dos volumes, a companhia deve acelerar na temporada de alta de preços em 2020. As estimativas de Ebitda pelo BTG foram revisadas para cima em 5%, enquanto a margem Ebitda de longo prazo deve subir para 18,4% – reflexo da integração vertical e da decisão da empresa de focar em canais mais lucrativos.

A recomendação do banco, no entanto, é neutra, com preço-alvo de R$ 39.

“Mesmo reconhecendo a fase positiva trazida por um quarto trimestre forte, tivemos dificuldade em encontrar valor baseado no preço atual da ação”, explicaram Duarte e Brustolin.

Confira abaixo a íntegra do balanço do quarto trimestre de 2019:

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