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LUZ recebe aporte da Delta e inicia venda de energia no interior de São Paulo

05 out 2022, 13:12 - atualizado em 05 out 2022, 13:12
Setor Elétrico
Para dar solidez às atividades, a LUZ recebeu um investimento da Delta, que foi uma das pioneiras na comercialização de energia no mercado livre (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

A empresa digital LUZ estreia nesta semana suas operações de fornecimento de energia elétrica no interior do Estado de São Paulo, com foco em consumidores de pequeno e médio portes, como estabelecimentos comerciais e de serviços que querem economizar na conta de luz com a migração ao mercado livre de energia.

A meta da empresa é chegar a 100 mil clientes até o fim de 2024, aproveitando o embalo da abertura do chamado “ACL” a um universo cada vez maior de consumidores.

A proposta da empresa, que ganhou respaldo com um aporte do grupo Delta Energia, é simplificar a experiência de consumidores que estão hoje ligados ao mercado cativo, das distribuidoras, e que, diferentemente de grandes companhias e indústrias, não têm experiência na negociação e compra de energia elétrica diretamente do fornecedor.

“Entramos neste mercado para transformar um produto que sempre foi analógico em algo 100% digital… As pessoas conseguem, por exemplo, migrar para a LUZ em apenas três minutos, em três cliques”, afirma Flávio Catani, um dos cinco sócios fundadores da empresa.

Pelas regras atuais, apenas consumidores com carga mínima de 500 kilowatts (kW) equivalente a uma conta mensal de 140 mil reais estão aptos a migrar ao ACL.

No entanto, o governo vem flexibilizando essas regras, de forma a permitir que mais consumidores, inclusive residenciais, possam comprar livremente energia no médio e longo prazo.

A fornecedora digital já começou a operar em grandes cidades do interior paulista, como Bauru, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto e Campinas, que estão na área de concessão da distribuidora CPFL Paulista.

“Até o fim deste ano, já estaremos em outros cinco Estados, além de São Paulo. Em 2024 ofereceremos nossos serviços por todo território nacional”, projeta Catani.

Para dar solidez às atividades, a LUZ recebeu um investimento da Delta, que foi uma das pioneiras na comercialização de energia no mercado livre, criado há 20 anos, e que expandiu suas operações para os mercados de geração de energia e biocombustíveis.

As empresas não revelam o valor do investimento realizado ou a participação da Delta no negócio, mas, segundo a LUZ, o aporte financeiro é suficiente para sua sustentação por até cinco anos.

“Acreditamos que é importante as empresas do setor se anteciparem para o que em breve se tornará uma realidade para milhões de consumidores. O investimento na LUZ faz parte do nosso plano de expansão e é fundamental para apoiar nessa transformação necessária ao desenvolvimento do setor elétrico brasileiro”, afirmou a Delta, em nota.

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Aposta na Tecnologia

A LUZ ingressa em um mercado chamado de “varejista” pelo setor elétrico, por abarcar clientes de pequeno porte, com consumo bem abaixo das grandes empresas que as elétricas estão costumadas a atender. Esse nicho varejista tem se tornado mais competitivo nos últimos anos, com a entrada de companhias, como Engie, AES e Omega.

Para se diferenciar, a LUZ aposta na tecnologia, tendo investido na compra de uma empresa de tecnologia com foco em ciência de dados.

“Com nosso aplicativo, o cliente poderá ter acesso às informações de seu consumo. Em 2023, ele poderá monitorar todos os eletrodomésticos e saber onde a pessoa poderá economizar”, explica Catani.

“Por exemplo, ele saberá quanto se consome, em reais e kilowatt-hora, em um banho de chuveiro elétrico e se deveria tomar banho em algum outro horário.”

O movimento da LUZ e de outras elétricas ocorre no momento em que o Brasil avança com a abertura do mercado livre de energia a um universo cada vez maior de consumidores.

Na semana passada, o Ministério de Minas e Energia publicou uma portaria permitindo que todos os consumidores conectados em alta tensão possam aderir ao mercado livre de energia elétrica a partir de 2024, no que seria o maior avanço desde 1995 para a liberalização de mercado.

O governo também começa a avançar com a abertura total de mercado, inclusive para residências, a partir de 2028, tendo aberto uma consulta pública sobre o tema.

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