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Luz no fim do túnel: O que explica o salto de 70% das ações da Light (LIGT3) em 6 dias?

03 maio 2023, 15:38 - atualizado em 03 maio 2023, 15:42
Light
Light dispara mais uma vez nesta quinta (3) após Tanure aumentar posição na companhia (Imagem: Facebook)

As ações da Light (LIGT3) disparavam 16,57%, a R$ 4,08, por volta das 14h45 desta quarta-feira (3). A companhia viu seus papéis valorizarem cerca de 70% nos últimos seis dias — até terça (2) —, em meio à renegociação de dívidas com credores.

O alívio veio após uma série de notícias positivas para a elétrica. A venda cerca de 23,9 milhões de ações pela BlackRock ontem passou despercebida, pois, ao contrário da gestora, o empresário baiano, Nelson Tanure, comprou papéis e avalia ampliar a participação para um patamar superior a 5%.

Tanure, inclusive, já teve conversas com credores da Light, de acordo com a coluna do Lauro Jardim no O Globo. O empresário tem histórico de investir em empresas em dificuldade financeira e operacional, como fez com a Oi (OIBR3OIBR4) e, mais recentemente, com a Alliar (AALR3).

Outra notícia que impulsionou os papéis foi a mudança interna na companhia. Também ontem, a Light informou ao mercado que o conselho de administração da empresa elegeu Abel Alves Rochinha para a presidência e Firmino Ferreira Sampaio Neto como vice-presidente do colegiado.

Além disso, na semana passada, a Light começou a negociar junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma revisão tarifária extraordinária.

Caso aprovada, a proposta traria fôlego financeiro para a elétrica cumprir com seus compromissos, segundo a coluna do Broadcast.

De acordo com o analista da Empiricus Research, Ruy Hungria, as notícias são sinais de que há “luz no fim do túnel”, para a companhia elétrica, que está afogada em dívidas.

Light afogada em dívidas

A Light virou uma preocupação para o mercado quando anunciou que tem dívida de aproximadamente R$ 11,1 bilhões.

Em abril, a empresa ajuizou medida cautelar exigindo a suspensão de certas obrigações financeiras.

Analistas vêm apontando a fragilidade financeira da companhia, que registrou prejuízo líquido de R$ 5,67 bilhões no ano passado e tem geração de caixa insuficiente para pagar toda a dívida até o final da concessão de distribuição em 2026.

Diante deste cenário, especialistas afirmam que a Light pode estar próxima de pedir recuperação judicial.