Luz no fim do túnel já aparece na safra de resultados do segundo trimestre?
É fato que a pandemia de Covid-19 afetou alguns setores da economia com mais força, que o digam companhias aéreas, agências de turismo, varejo físico, em especial o segmento de moda.
Entretanto, todos sentiram no bolso e ainda não estão estão imune aos solavancos, diante da rápida propagação da variante Delta.
E tal luz no fim do túnel? Para a XP Investimentos, ela já começa dar as caras nesta safra de resultados do segundo trimestre.
De acordo com relatório obtido pelo Money Times, com a melhora nas perspectivas econômicas e redução de riscos ao longo do segundo trimestre, as projeções de lucro continuam a mostrar crescimento.
E é importante lembrar que os lucros gerados pelas empresas são os fatores que impulsionam a Bolsa no médio e longo prazo, reforçam Fernando Ferreira, Estrategista-chefe da XP e Jennie Li, estrategista em Ações.
“O mercado espera um forte crescimento de Lucro por Ação (LPA) das empresas do Ibovespa (IBOV) em +255%, parcialmente explicado pela base de comparação mais fácil no ano passado, quando os lucros das companhias foram severamente afetadas pela crise da pandemia”, destaca a dupla.
É claro que a corretora não poderia deixar escapar as discussões em torno da reforma tributária do seu radar, que trouxeram tensão e cautela ao mercado quando Paulo Guedes colocou os fundos imobiliários e as companhias boas pagadoras de dividendos na berlinda.
“A tributação as empresas levaria a um incentivo maior para as companhias reterem os seus lucros e reinvestir no seu crescimento futuro o que é positivo para a companhia e para o acionista no longo prazo”, pontuam os analistas da XP
Além disso, as empresas teriam também um incentivo a fazer mais recompras de ações, que é outra forma de recompensar os investidores além da distribuições de dividendos e JCP.
Mas, como bem refresca a XP, ainda é cedo para termos alguma visibilidade dos impactos que a reforma trará nos resultados das empresas.
Entenda como a tributação de dividendos pode afetar o seu bolso:
Tête-à-tête
A XP espera que a receita líquida da Aeris (AERI3) continue a crescer no 2T21, com vendas em torno de R$ 660 milhões — salto de 41% em um ano, embora em níveis mais baixos ante o 1T21, com menos 3%.
Pesa contra a empresa de energia renovável a desaceleração da produção no trimestre, na ordem de 2% na comparação anual, além da apreciação média do real de 3% nos últimos três meses.
“Esperamos que o lucro líquido aumente em 9% e 15% em uma base anual e trimestral, respectivamente, para cerca R$27 milhões”, sublinham os especialistas, que recomendam a compra.
A AES Brasil (AESB3) também tem recomendação de compra. A companhia elétrica teve o preço-alvo rebaixado de R$ 18 para R$ 17 cada, com atualizações de estimativas pela corretora.
A condição hidrológica mais adversa elevou os preços de energia do mercado spot no 2T21, tornando mais custoso para as empresas cumprir seus contratos, adverte a XP.
Na mesma pegada, os analistas cortaram o preço-alvo da CESP (CESP6), de R$ 36 para R$ 34 por ação, mas mantendo a recomendação de compra.
Com relação ao setor de saúde, a Hapvida (HAPV3), que ostenta recomendação de compra, terá lucro líquido impactado por despesas financeiras mais altas como resultado da maior alavancagem relacionada à aquisição da Takeda.
A Hidrovias do Brasil (HBSA3) deve reportar trimestre com a resiliência dos contratos de longo prazo e uma perspectiva de preços positiva compensando um cenário mais desafiador para os volumes.
Analistas esperam que os grãos transportados no Corredor Norte caiam 20% em um ano no trimestre passado.
Apesar de manter recomendação de compra, a JSL (JSLG3), que atua no segmento de transportes, deve apresentar resultados neutros no período, impedindo a empresa de novas melhorias de rentabilidade.
Por outro lado, a XP aguarda bons resultados no retrovisor da Localiza (RENT3), que opera com aluguéis de carros, devendo acompanhar a tendência dos últimos trimestres.
Fechando as recomendações de compra, a Rumo (RAIL3) deve reforçar os melhores resultados de 2021 em relação à dinâmica mais conturbada de 2020.
“Esperamos um sólido desempenho do EBITDA ajustado em torno de R$ 1,2 bilhão (+20% em um ano), em linha com o intervalo do guidance [projeção financeira] da empresa de R$ 4 a R$ 4,4 bilhões, em nossa visão”, conclui a dupla.