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Luna é confirmado na Petrobras; eleito por minoritários questiona assembleia

12 abr 2021, 20:08 - atualizado em 12 abr 2021, 21:55
Joaquim Silva e Luna
Conforme o estatuto da empresa, o presidente da Petrobras é escolhido pelo Conselho de Administração dentre os seus membros (Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Assembleia de acionistas da Petrobras (PETR3;PETR4)aprovou nesta segunda-feira o general da reserva Joaquim Silva e Luna como membro do Conselho de Administração da companhia, movimento que antecede sua eleição como novo presidente-executivo da petroleira, conforme indicação de Jair Bolsonaro.

A chegada de Luna à empresa, que estava como comandante brasileiro da hidrelétrica binacional de Itaipu, ocorre após o presidente Bolsonaro ter discordado da forma como o executivo Roberto Castello Branco conduziu a política de preços de diesel e gasolina da companhia, que acumulam altas expressivas neste ano, ao seguir indicadores internacionais de mercado.

Conforme o estatuto da empresa, o presidente da Petrobras é escolhido pelo Conselho de Administração dentre os seus membros. Dessa forma, o presidente da estatal precisa fazer parte do colegiado.

Com a saída de Castello Branco também da presidência da Petrobras, o estatuto da empresa prevê que o presidente do Conselho de Administração indique um substituto dentre os demais membros da Diretoria Executiva até a eleição do novo presidente-executivo.

Com a assembleia, iniciada por volta das 15h, ainda acontecendo noite adentro, não havia informação sobre quem substituiria Castello Branco até a chegada de Luna.

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Demais mudanças no conselho

A destituição de Castello Branco acarretou na saída automática de outros sete membros do colegiado, cujas vagas estão sendo preenchidas ainda na assembleia extraordinária desta segunda-feira.

Foram eleitos, pelo sistema de voto múltiplo, além de Luna, seis nomes indicados pela União: Eduardo Bacellar Leal Ferreira, Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Sonia Julia Sulzbeck Villalobos e Cynthia Santana Silveira.

A oitava vaga foi vencida por Marcelo Gasparino, indicado por acionistas minoritários. Essa posição foi disputada em uma segunda rodada de votações com a indicada pelo governo Ana Silvia Corso Matte e por outro indicado por minoritários Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros.

A assembleia também elegeu Eduardo Bacellar Leal Ferreira como presidente do colegiado, conforme indicação da União.

Questionamento

Antes de ser eleito, Gasparino havia escrito em seu perfil na rede social LinkedIn que havia identificado problemas nos procedimentos da assembleia e que, caso vencesse a disputa, iria tomar posse e renunciar, para que uma nova reunião de acionistas fosse convocada e as questões corrigidas.

Ele não explicou por que uma nova assembleia teria de ser convocada, em caso de sua renúncia. A Petrobras não comentou imediatamente.

Questionado por mensagem sobre afirmação no LinkedIn após o fim da assembleia, Gasparino foi sucinto: “só tenho uma palavra”.

Questionado por mensagem sobre afirmação no LinkedIn após o fim da assembleia, Gasparino foi sucinto: “só tenho uma palavra” (Imagem: Linkedin/Gasparino)

Durante a assembleia, Gasparino chegou a pedir a suspensão da reunião, o que foi negado.

Em seus argumentos no LinkedIn, o candidato agora eleito afirmou que “a publicação do mapa sintético consolidado do voto à distância evidenciou, no mínimo, distorções no processo de recebimento e compilação dos votos e, especificamente, instruções de voto, necessárias em decorrência da deficiência do sistema de votação desenvolvido pela B3 (B3SA3)”.

“Houve problemas no processo, e o resultado dessa eleição poderá ser objeto de questionamento”, disse Gasparino, ao explicar que enviou documento à Petrobras para alertá-la da questão.