100 dias

Lula volta a criticar Selic a 13,75% e fala de arcabouço; ‘Não aceito lição sobre responsabilidade fiscal’

10 abr 2023, 14:04 - atualizado em 10 abr 2023, 14:04
Lula
Lula aproveitou o discurso de 100 dias para avaliar que proposta de arcabouço fiscal do governo “traz soluções seguras e realistas para as contas públicas”. (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o patamar da taxa Selic. Em seu discurso de abertura da reunião ministerial, marcada para fazer um balanço dos primeiros 100 dias de governo, Lula disse continua achando que 13,75% é uma taxa de juros muito alta.

“Continuo achando que 13,75% é muito alta a taxa de juros. Continuo achando que estão brincando com país. Brincando sobretudo com o povo pobre e com os empresários que querem investir. Só não vê quem não quer”, afirmou.

O Banco Central está mantendo a Selic em 13,75% ao ano desde agosto do ano passado. Trata-se do maior patamar da taxa de juros desde janeiro de 2017.

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Desde que assumiu o governo, Lula vem fazendo críticas à autoridade monetária, questionando sua política de controle da inflação e até a lealdade do presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que era próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula ainda aproveitou o discurso de 100 dias para avaliar que proposta de arcabouço fiscal do governo “traz soluções seguras e realistas para as contas públicas”. O presidente se disse otimista de que o texto deve ser aprovado pelo Congresso e “vai colher os frutos que foram plantados na nossa proposta”.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o texto do novo arcabouço fiscal será entregue para análise do Congresso junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) – o prazo limite para a entrega da LDO é 15 de abril. O texto está atrasado, uma vez que a pasta falou em liberar a proposta para os parlamentares na semana passada.

O presidente ainda deu um puxão de orelha nos críticos que falam que ele não está preocupado com responsabilidade fiscal.

Ao se referir à meta de superávit primário estabelecida pelo Ministério da Fazenda de 1% do PIB em 2026, Lula relembrou dos seus primeiros mandatos.

“Este governo tem expertise de responsabilidade […] Quando eu vejo uma pessoa qualquer vir querer me dar lição de responsabilidade fiscal, não dê. Porque eu não aceito lição sobre responsabilidade fiscal”, afirmou. “É assim que eu construí minha vida política e é assim que eu vou governar esse país até o dia 31 de dezembro de 2026. Com muita responsabilidade, seriedade, mas com muito atendimento aos interesses do povo trabalhador do país, que é a quem eu devo minha eleição”, completou.

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Confira a fala de Lula de 100 dias de governo