Lula volta a crescer nas redes sociais após impasse sobre prisão
Um acompanhamento das redes sociais feito pelo FGV DAPP (Diretoria de Análise de Políticas Públicas) de 10h de domingo (8) até às 11h de segunda-feira (9) revela que 1,53 milhões de menções foram feitas sobre o debate acerca da soltura de Lula. Até 8% desta discussão contou com a atuação de robôs e reavivou o ex-presidente nas redes sociais, descobriu o levantamento.
Segundo a avaliação, as menções ao petista apresentava progressiva diminuição de volume conforme passavam as semanas e mudavam os atores de foco nas discussões eleitorais. “As sucessivas ordens judiciais em relação ao ex-presidente romperam o percurso de queda da presença do petista no centro dos debates políticos do país, reconduzindo tanto Lula quanto o poder Judiciário (e o juiz Sérgio Moro) ao palco principal de atenção das redes sociais”, mostra a FGV.
Os números mostram que o impasse sobre a situação de Lula equipara-se ao impacto do debate sobre o ex-presidente quando, em 05 de abril, o Supremo Tribunal Federal rejeitou o seu pedido de habeas corpus— entre 04 e 08 de abril, a média diária de referências a Lula foi de 956 mil tuítes. O ex-presidente agregou em seu apoio mais de 60% dos 336.331 perfis que participaram da discussão.
“Houve forte atuação da militância petista e de atores, celebridades e influenciadores, que lidaram com as rápidas reviravoltas do assunto de forma irônica em relação à Justiça, destacando suposta parcialidade do Judiciário em relação a Lula e a falta de legitimidade das instituições democráticas”, destaca o levantamento.
Entenda
Lula está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 7 de abril, por determinação do juiz Sérgio Moro, que ordenou a execução provisória da pena de 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do triplex em Guarujá (SP). A prisão foi executada com base na decisão do STF que autorizou prisões após o fim dos recursos na segunda instância da Justiça.
No domingo (8), o desembargador Rogerio Favreto atendeu a um pedido de liberdade feito por deputados do PT em favor de Lula. Em seguida, o juiz Sergio Moro e o desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região Gebran Neto, ambos relatores dos processos da Operação Lava Jato, derrubaram a decisão de Favreto por entenderam que o magistrado não tinha competência para decidir a questão. No mesmo dia, o entendimento foi confirmado pelo presidente do TRF, Thompson Flores.
(Com Agência Brasil)