Economia

Lula vai governar com o Congresso mais autônomo em décadas, avalia Goldman Sachs

31 out 2022, 12:07 - atualizado em 31 out 2022, 12:07
Congresso icms combustíveis
Para conseguir governar, o grupo financeiro aposta que Lula precisará ter uma gestão de coalizão. (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para o seu terceiro mandato em uma das eleições mais polarizadas desde a redemocratização, lá nos anos 80.

De acordo com com o Goldman Sachs, Lula estará lidando com uma dos Congressos mais autônomos e independentes em décadas e os partidos de centro provavelmente estabelecerão alguns limites políticos.

Isso porque, no primeiro turno, a Câmara dos Deputados e o Senado ficaram menos fragmentados, mas mais polarizados. De maneira geral, o legislativo está inclinado para o lado do centro-direita e mais conservador.

“Um congresso dominado pelo centro-direita provavelmente limitará, por exemplo, o escopo para aumentos de impostos ou uma expansão muito grande de compromissos com gastos permanentes não financiados. Também é provável que mostre um apetite limitado por grandes reformas”, diz, em relatório.

Para conseguir governar, o grupo financeiro aposta que Lula precisará ter uma gestão de coalizão. “Uma ampla base multipartidária de apoio político no Congresso pode acabar se tornando instável ou não confiável.”

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Economia em 2023

A expectativa é de que o quadro fiscal se deteriore visivelmente em 2023, a partir de um superávit primário previsto para 2022.

O presidente eleito terá que acomodar pressões de gastos significativos devido às promessas de manter o Auxílio Brasil em R$ 600, conceder aumentos reais ao salário mínimo e do setor público, ampliar o limite do Imposto de Renda, aumentar os salários do setor público e aumentar o investimento público.

Além disso, é improvável que o novo governo reverta totalmente os onerosos cortes de impostos sobre combustíveis implementados em 2022. Portanto, será praticamente impossível acomodar as pressões de gastos em andamento e outras promessas de campanha dentro dos limites do teto de gastos.

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