Lula vai deixar legado? Fernando Schuler traz visão sobre política do país; confira
O terceiro mandato do governo Lula vive seu segundo ano, encarando desafios como a reforma tributária, articulação no Congresso e a aproximação de 2026, desenhando mais um cenário eleitoral.
O cientista político Fernando Schuler aponta que o Brasil sempre teve duas “turmas”, em referência à polarização observada no país, como nas eleições de 2022 com o embate entre Jair Bolsonaro (inelegível até 2030) e Luiz Inácio Lula da Silva.
Em palestra no Asset Day da Empiricus Gestão, que aconteceu em São Paulo nesta quarta-feira (29), Schuler avalia que o Brasil é um país bifurcado, que não chega em um consenso.
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“É um problema brasileiro, é um país bifurcado com duas turmas que pensam de maneiras muito diferentes”, defendeu.
Neste cenário, ele aponta que a agenda do país passa por um nível de polarização que muitas vezes não acompanha o é realmente importante para o seu desenvolvimento se atendo a pequenas discussões que evidenciam a defesa de cada lado.
Sobre a atual gestão, ele pondera que Lula assumiu a direção do país com a cabeça de 20 anos atrás, o que vê como bom e ruim. Por um lado, ele aponta que presidente é um político hábil, contudo, vem trazendo uma visão de país e de programas que eram cabíveis duas décadas atrás.
Para ele, o Brasil está vivendo um ciclo contra reformista, que não avalia que seja como no estilo de Dilma Rousseff — entre 2010 e 2016 –, mas que não carrega a euforia vista nos dois mandatos anteriores de Lula. Ainda, destaca a importância de reformas administrativas para organização das contas públicas.
Lula vai deixar legado?
Schuler aponta que Lula é uma figura que se mantém presente e forte no cenário político há anos, contudo, não vê um “lulismo” como forma de pensamento — da maneira que se configurou um “bolsonarismo” — e, com isso, Lula não deixa herdeiros ou legados, apesar de nomes como o do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ser visto como possível sucessor.
Para ele, é interessante que novos nomes protagonizem as eleições, tendo em vista a inelegibilidade de Bolsonaro, de maneira que questões do passado não tomem o centro de debates, mas se abra espaço para a discussão de uma agenda que impulsione o país.