Lula solta verbo no Twitter: Ministro da Economia, só após eleição, e Bolsonaro “plagiador”
O segundo turno das eleições avança e a disputa vai ficando mais acalorada. Nesta quinta-feira (6), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas, usou sua conta no Twitter para acusar seu rival, o presidente Jair Bolsonaro, de plagiar propostas de seu plano de governo.
No caso, trata-se de um programa do petista chamado “Desenrola“, focado na recuperação do poder de compra de pessoas endividadas. Em uma das mensagens, Lula afirma que Bolsonaro pode até “copiar” a ideia, mas afirma: “faremos melhor.”
Nosso adversário já leu nosso programa de governo. Sabe que propomos um programa chamado Desenrola, para fazer com que pessoas endividadas possam voltar a ser consumidores. Se tudo que a gente propor ele quiser copiar, que copie. Mas nós faremos melhor.
— Lula 13 (@LulaOficial) October 6, 2022
Lula critica teto de gastos
Há uma grande expectativa de economistas e do mercado para saber detalhes do plano de governo de Lula. Cresce a pressão para que o petista detalhe sua agenda econômica. Ainda no Twitter, ele declarou que ser contra o teto de gastos. Segundo ele, responsabilidade fiscal “não tem que estar em uma lei.”
Responsabilidade fiscal não tem que estar numa lei, tem que ser responsabilidade do dirigente. Sou contra o teto de gastos, porque, na verdade, o que se fez foi cortar investimentos da educação. Eu quero garantir o dinheiro da carne, do feijão, do arroz. E é isso que vamos fazer.
— Lula 13 (@LulaOficial) October 6, 2022
Só depois das eleições
O nome de seu futuro ministro da Economia (ou da Fazenda, caso decida desmembrar a estrutura criada em 2019 por Bolsonaro) é outra inquietação do mercado. Também pelo Twitter, Lula manteve o mistério e justificou que, se revelar seu escolhido agora, corre o risco de perder todo o apoio que aglutinou de diversas correntes econômicas, incluindo alguns dos idealizadores do Plano Real.
Ainda para manter a base coesa, Lula sinalizou que não pretende construir uma política econômica apenas com o PT. Tudo somado, declarou que seu “Posto Ipiranga” só será conhecido depois de vencer o segundo turno.
Se eu tiver 10 economistas aqui e escolher 1 para indicar como ministro agora, eu perco os outros 9. Primeiro eu tenho que ganhar as eleições. E não vai ser só com o meu partido que eu vou construir. Fico feliz quando vejo economistas que trabalharam com o FHC nos apoiando.
— Lula 13 (@LulaOficial) October 6, 2022
Ansiedade do mercado com Lula
Economistas e agentes de mercado têm se mostrado ansiosos em meio à falta de sinais de quem poderá assumir a pasta da economia em um eventual terceiro governo do petista.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, avalia que o ex-presidente entendeu, com o resultado do primeiro turno, que será preciso prezar pela moderação no segundo round das eleições. Com isso, espera-se que o plano de governo de Lula e, principalmente, sua agenda econômica seja mais moderada. Sem espaços para aventuras no âmbito fiscal.
Segundo ela, a “boia de salvação” para o mercado é o Congresso eleito que, com um perfil mais liberar, deverá filtrar propostas mais populistas por parte do Lula, caso seja eleito.
“O perfil desse Congresso [eleito] sinaliza menos riscos quanto a irresponsabilidade fiscal ou quanto ao retrocesso em relação a reformas iniciadas no governo de Michel Temer. O mercado está se apoiando nisso”, acrescenta.
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